Dólar fecha em alta, com expectativas sobre ajuste fiscal e juros nos EUA
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (25) e atingiu a maior cotação do mês, reagindo a especulações sobre atritos no governo brasileiro relacionados ao ajuste fiscal e a expectativas de que o Federal Reserve (banco central norte-americano) continua em vias de elevar os juros nos EUA ainda neste ano, apesar de uma leva de indicadores econômicos mistos sobre o país.
A moeda norte-americana subiu 0,09%, a R$ 3,0979 na venda, em um movimento turbinado pelo baixo volume de negócios, com importantes praças financeiras globais, como os Estados Unidos, fechadas por causa de um feriado. Veja a cotação.
Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 3,1341, segundo a Reuters. No mês, o dólar acumula alta de 2,81% e no ano, de 16,52%.
Na sexta-feira (22), o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou corte de R$ 69,9 bilhões nos gastos do governo em 2015. Um dos mentores da disciplina fiscal no Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não compareceu à entrevista, alimentando especulações sobre possíveis discordâncias dentro do governo. Dólar em maio Veja a cotação em R$ por data.Created with @product.name@ @product.version@3,08073,06873,04663,02752,98353,05253,01953,03852,99272,99813,01843,04123,00353,04263,09513,0979cotação em R$04/0505/0506/0507/0508/0511/0512/0513/0514/0515/0518/0519/0520/0521/0522/0525/052,97533,0253,053,0753,13,125 Gráfico elaborado em 25/05/2015
“O mercado não trabalha com a hipótese de o Levy sair do governo, mas há indícios de que houve uma briga interna”, afirmou à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Nesta manhã, Levy deu entrevista na qual expressou preocupação com a queda de arrecadação. O ministro negou divergências sobre tamanho do corte no Orçamento e afirmou que sua ausência na sexta foi consequência de uma gripe.
Segundo Ferreira, no entanto, o mercado ainda procura uma sinalização “mais firme” do governo como um todo que demonstre comprometimento com corte de gastos, informou a Reuters.
“Toda vez que há alguma dúvida sobre o comprometimento com o ajuste fiscal, o governo faz questão de defender as medidas de ajuste em público. Pelo menos sabemos que ele não desistiu”, disse à Reuters o operador de uma corretora internacional, sob condição de anonimato.
A pressão cambial refletia também expectativas de que os juros comecem a subir ainda neste ano nos EUA, o que poderia atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados no Brasil. Na sessão passada, dados mostrando aceleração do núcleo da inflação ao consumidor norte-americano e discurso da chair do Fed, Janet Yellen, reforçaram essas apostas.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio. O BC vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. O BC já rolou o equivalente a US$ 6,301 bilhões, ou cerca de 65% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.
Fonte: G1