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A educação financeira é a melhor forma de regulação do mercado

Muito já foi feito – inclusive um simpático samba pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) – para divulgar o seguro de forma simples para a sociedade. “Mas ainda há uma infinidade de ações que precisam ser tomadas para contribuirmos com o desenvolvimento do Brasil. O crescimento é consequência das escolhas das pessoas. E quanto mais educadas elas forem, mais capazes serão de trilhar um caminho de empreendedores”, comentou Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde e da Bradesco Saúde, responsável pela moderação do 7 painel — Iniciativas de Educação Financeira – O que é seguro, para que serve, qual o valor para o segurado – realizado na 4ª Conferência de Proteção do Consumidor de Seguros, em São Paulo. Nelson Le Coq, diretor de autorização da Susep, seguiu na mesma linha do moderador e afirmou que boa parte da crise do subprime foi consequência da pouca noção financeira das pessoas que tomaram mais crédito do que poderiam. Em sua opinião, a educação financeira é a melhor forma de regulação do mercado. A idéia é que quanto mais o consumidor estiver preparado, mais consciente será a sua escolhas, além de ter condições de comparar produtos financeiros e optar pelo produto mais adequado para a realização de seu sonho. Caso contrário, o sonho pode se transformar em um pesadelo chamado “inadimplência”. “Educação financeira tem a capacidade de dar poder ao consumidor que torna mais efetiva a ação do Estado na regulação dos mercados”, conclui Le Coq. Entre as várias ações da Susep, que faz parte do Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), responsável pela coordenação da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), está o projeto “Torcedor Seguro”. Desenvolvido em parceria com a CNseg, a ação é focada em divulgar o seguro em praças públicas, com distribuição de material informativo e uma encenação teatral com o objetivo de conscientizar a população da importância do seguro e da previdência complementar para suas vidas. Uma das grandes colaborações do grupo Bradesco no desenvolvimento da cultura de seguro é a Universeg, que completa 10 anos em 2014 e já contabilizou mais de 1 milhão de participações de funcionários e colaboradores. “Nosso objetivo é promover um ambiente que propicie desenvolvimento”, afirmou Rosana Gonçalves de Rosa, sub-gerente do departamento de desenvolvimento e gestão de pessoas de pessoas da Bradesco Seguros. “Até mesmo com cursos para nossos líderes, que são considerados educadores e vitais para impulsionar o desenvolvimento das equipes”. Uma das novidades para os próximos dias é o lançamento de mais uma edição da Maratona do Conhecimento, um projeto que visa incentivar que os funcionários mantenham-se atualizados. Nuno David, diretor de marketing da Mongeral Aegon, destacou a importância do mercado segurador em desenvolver mecanismos mais simples para a divulgação dos produtos, como usar exemplos que todos têm dentro de casa, como os clientes que receberam benefícios. “Tanto os corretores como as pessoas beneficiadas são a principal propaganda que podemos fazer do produto seguro”, afirmou ele para a plateia, disponibilizando dois vídeos de curta duração, porém de grande apelo sentimental. Segundo David, há um mercado potencial gigantesco para ser alcançado com a venda de seguro de vida. “Enquanto no Brasil menos de 6% da população tem seguro de vida, nos Estados Unidos esse percentual ultrapassa 70%”. Diante disso, a Mongeral tem investido em diversos canais de venda e geração de conteúdo que mostrem à sociedade a importância do seguro de vida e da previdência. A loja online, lançada em outubro, por exemplo, já começa a dar lucro. “Isso mostra que há demanda pelo produto até mesmo por meio da internet”, conclui. Paulo Rossi, diretor de marketing da BB e Mapfre, apresentou o projeto Traduzindo o Segurês, que teve inicio em 2009, embalado pelo resultado de uma pesquisa da IBM que afirmava que 65% dos entrevistados acreditava que teria problemas se precisasse usar o seguro. O ponto de partida do grupo foi transformar esse problema em oportunidade de estar mais próximo do cliente e tentar encartar o consumidor. Durante a implementação do projeto, a equipe descobriu que precisa mudar muito mais do que palavras. “Precisamos mudar centenas de atitudes”, disse. Outra coisa que se transformou foram os imensos textos do clausulado em imagens, que falam mais do que palavras e isso foi bem recebido pelo cliente”, contou. O projeto foi implementado para automóvel, vida, residencial e agora o grupo caminha para finalizar a implementação do Traduzindo o Segurês na operação de previdência. Sandro Leal, gerente-geral da FenaSaúde, elegeu dois itens para reduzir as frustrações dos consumidores com planos de saúde. “Uma se refere ao uso em si e outra a preço”, explicou. Uma das frases mais ditas por segurados insatisfeitos é “Paguei a vida toda e quando fui utilizar….”. Segundo Leal, isso advém de um equívoco financeiro. “O que sustenta a saúde suplementar não é a acumulação. Diferente da previdência, na qual se acumula o patrimônio com os depósitos mensais, no seguro de saúde o pagamento e o risco são mensais. Essa é uma abordagem que nos traz desafios”, afirmou. Outra questão que mostra dificuldade de entendimento é o reajuste dos custos de saúde. O setor chama de inflação médica o que na verdade é custo da utilização, tanto com aumento de preço de serviços médicos e medicamentos, como de quantidade de uso. “Isso é a inflação médica e é por esse parâmetro que é calculado o reajuste do plano”.Outra dúvida na área de saúde é sobre a diferença do preço cobrado do idoso e do jovem. Apesar da diferença dos valores, parte dos custos dos planos dos idosos, que utilizam muito mais os serviços, é subsidiado pelos mais jovens, que usam menos. Se não houvesse diferenças de preços por faixa etária, os planos dos mais jovens seriam muito mais caro, o que reduziria sua presença no mercado, encarecendo ainda mais os valores dos planos dos mais velhos. Essa falta. “Isso gera muitas demandas aos órgãos de defesa do consumidor e acreditamos que se conseguirmos levar a educação financeira à sociedade, conseguiremos reduzir boa parte dos conflitos”, sentenciou Leal.

Fonte: CNSEG

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