Corretor será obrigado a conviver com vendas online de seguros
Mesmo considerando que será um modelo de distribuição cujo efeito nas vendas será ampliar a competição com o corretor tradicional, os canais online serão uma necessidade para um mercado que deve dobrar de tamanho nos próximos canos. A tese é do professor da Escola Nacional em Curitiba, Valdemiro Cequinel Belli.
Ainda que os brasileiros já contem com alguns sites de cotação online, e em breve possivelmente passem a contar com mais portais, estamos em uma fase inicial de consolidação desses sites. A projeção, conforme declaração do presidente da CNseg, Marcos Antonio Rossi, em entrevista ao Jornal Valor Econômico, é que em três a quatro anos de 7% a 8% dos seguros comercializados no pais sejam online, argumenta Belli.
O especialista aponta que o Brasil, apesar do 44° no ranking mundial de prêmios de seguros em relação ao PIB, hoje possui o 7° maior PIB do mundo com aproximadamente US$ 2,3 trilhões.
Com o crescimento apresentado pelo mercado segurador brasileiro, além das futuras perspectivas relacionadas ao bônus demográfico, ao crescimento da classe média, a crescente venda de veículos 0 km no país, bem como à renovação da frota causada por esse fenômeno, o Brasil possui perspectiva de dobrar nos próximos anos sua participação de cerca de 3,1% do PIB em seguros, prossegue.
Belli reforça que, de acordo com projeções da CNseg, é possível alcançar o 5° posto mundial em consumo de seguros em relação ao PIB até 2020 . Ou seja, de 44° no ranking mundial de seguros para 5° hoje a Inglaterra é o 4° mercado e o 5° lugar é ocupado por sua antiga colônia Hong Kong, ambos com 12,4% e 11,4% de prêmios sobre o PIB, respectivamente.
O que o tradicional corretor de seguros brasileiro deve compreender, tendo em vista que os canais de distribuição online venham a ganhar uma fatia até mesmo significativa do mercado, é que em uma economia onde se gasta 12,4% do PIB com seguros, que é o caso atual da Inglaterra, que possui uma média de 528 veículos a cada 1.000 habitantes, enquanto a média brasileira é de 249 veículos para cada 1.000 habitantes, talvez não seja nada ruim ter uma participação menor do mercado, já que o bolo crescerá muito, e felizmente essa é sim uma sólida tendência para o mercado segurador brasileiro, enfatiza Belli.
Para ele, o mercado nacional não só deverá ter uma participação ativa dos canais de venda online, como precisará muito desses canais para atender toda a demanda pelo consumo de seguros que se seguirá nos próximos anos.
Fonte: CGCS