2021 deve ser menos volátil, mas com muitas incertezas
Segundo Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, a principal revisão foi o aumento da projeção para a taxa de juros básica, a Selic, com algumas casas projetando uma alta para além dos 3% ao longo de 2021. “O aumento está em linha com as expectativas. A inflação projetada em 3,34% ainda gera um juro real negativo, o que não parece ser compatível com a atual situação fiscal do Brasil por um longo período”, comentou.
Simões acredita que apesar do maior pessimismo com o começo do ano que vem, por conta da aceleração da pandemia em vários países, o quadro geral de incerteza permanece. “A incerteza se reduziu, mas com desfecho negativo, com a concretização da segunda onda da pandemia, mas houve também definições positivas, como a aprovação do pacote emergencial dos EUA nesta semana por Donald Trump, de estímulos de US$ 900 bilhões, o que deve impulsionar a economia americana nos próximos meses. O que acontecer por lá determinará a política monetária do Fed e, consequentemente, a política monetária do mundo inteiro”, destaca o economista da CNseg.
“Agora temos outras incertezas sobre como o efeito do fim do auxílio emergencial em 2021. O estado de calamidade caduca neste ano e o orçamento do governo para 2021 nem foi votado e não será até a volta do Congresso para votação”, avalia.
Simões acredita que 2021 promete ser menos volátil que 2020, mas será preciso acompanhar os indicadores dia a dia, não só pelo “timing” em que a solução para a Covid-19, a vacinação, será implantada mas também pelos impacto na economia que virão após. “Há muito para avaliar, como a retomada do setor de serviços, inclusive diante da adoção mais clara do trabalho remoto, bem como o impacto disso na produtividade do país, levando-se também em consideração o elevado índice de desemprego”.
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