Zurich lança produto para os provedores
Os prejuízos causados com a pane ocorrida no serviço Speedy, da Telefonica, no início de julho deste ano, criaram uma forte demanda pelo seguro de responsabilidade civil para indenizar perdas de terceiros com a falta do acesso à internet. “Muitas empresas queriam saber se o mercado de seguros disponibilizava este tipo de apólice para poderem exigir a contratação da apólice em seus contratos de prestação de serviços”, conta Vinicios Villela Jorge, executivos de linhas financeiras da Zurich Brasil. Isso fez com que a seguradora tropicalizasse o modelo de apólice vendida mundialmente para as empresas locais. O produto foi lançado na semana passada e o interesse das empresas tem ficado acima do esperado pelo grupo.
Só para indenizar 2,2 milhões de usuários speedy, a operadora de telefonia registrou gastos de R$ 2,4 milhões, de acordo com o balanço financeiro divulgado, ao deixar de receber a cinco dias da mensalidade, apesar de ter ficado sem prover o serviço por 36 horas. Segundo a corretora de seguros Marsh McLenann, uma das maiores do mundo, a empresa já está pronta para comercializar a apólice com suas clientes do segmento de telefonia e banda larga. “Depois desta pane, aumentou o interesse das empresas destes segmentos por seguros que oferecem coberturas de danos a terceiros decorrentes de acidentes e falhas operacionais no fornecimento dos serviços”, informa a Marsh em nota. Inicialmente, acrescenta, a oferta da apólice será feita aos clientes e depois ao mercado para as empresas que se enquadram neste perfil de risco.
Aumentar a carteira de responsabilidade civil e riscos financeiros é uma prioridade mundial. Hoje, 30% do faturamento da Zurich, sem considerar o segmento vida, vem deste nicho de mercado. No Brasil, a seguradora já conta com 200 empresas seguradas em D&O, que continua sendo o carro chefe. Em um ano de lançamento do produto, a carteira de linhas financeiras já representa US$ 11 milhões no Brasil. “Já negociamos cerca de 30 apólices de fraude financeira”, diz. Na Europa, acrescenta, “o seguro de responsabilidade civil por fraudes representa quase três vezes a carteira de D&O”, conta.
Segundo ele, o seguro de fraude financeira é mais demandado por instituições financeiras.
Segundo ele, recentes pesquisas de mercado revelaram um numero crescente de fraudes cometidas por indivíduos dentro das organizações que resultaram em prejuízos de milhares de reais. No ano de 2007, o prejuízo decorrente destes atos chegou a aproximadamente R$ 500 milhões impactando diretamente o resultado das empresas. Dentre estes valores, além dos prejuízos ligados com a perda material sofrida também foram contabilizados os gastos com honorários de auditores especializados para investigação e apuração da fraude e o desgaste da imagem da empresa perante o mercado.
Na Bolívia este nicho tem crescido entre 30% a 40% ao ano. No Chile, é observado um bom resultado. No México, começamos uma campanha agora. “E o Brasil é o nosso maior mercado na América Latina.” Para atingir sua meta de crescimento, a seguradora se empenha no lançamento de produtos. Na semana passada também lançou o seguro D&O+, visando as empresas com faturamento de até R$ 350 milhões. “Criamos um produto simplificado, com poucas perguntas para darmos uma cotação em menos de 48 horas”, explica. Basta responder a seis perguntas, ao contrário da apólice tradicional, com exigência de balanços e estatuto social da empresa. A proteção é de até R$20 milhões.
Fonte: Gazeta Mercantil