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Zurich apresenta a arma “Minas” para entrar no mercado de varejo

Com a recente aquisição da Minas Brasil, a Zurich cumpre a diretriz da matriz suíça de avançar nos mercados de seguros de países de economia emergente e, sobretudo, assume a entrada no varejo brasileiro como uma de suas principais armas.
Além de pagar R$ 252 milhões pela tradicional seguradora mineira, a multinacional desembolsou mais R$ 49 milhões para ter exclusividade nas vendas de apólices e planos de previdência privada nas 153 agências em todo o País do Banco Mercantil do Brasil, ex-controlador da Minas. Com a transação, a Zurich passa automaticamente do 31 para o 23 lugar no ranking do mercado nacional de seguros, com uma receita consolidada de prêmios de seguros em R$ 374 milhões – sem considerar o setor previdenciário.
“A aquisição é estrategicamente muito importante, pela associação com a marca de 70 anos da Minas Brasil e porque destaca a entrada da Zurich no grande varejo, já que hoje temos um perfil de atendimento a riscos empresariais e a um varejo indireto com produtos massificados”, afirma Pedro Purm, presidente do grupo Zurich no País, em entrevista exclusiva à Gazeta Mercantil.
Reconhecida pelo foco em clientes pessoa jurídica, a gigante suíça conseguiu entrar no varejo segurador depois de 26 anos de atuação no País e de uma tentativa frustrada no fim de 2000. Na ocasião a companhia apostou suas fichas em uma joint venture com o Banco Mercantil de São Paulo . Quando dava início à comercialização de planos de previdência privada e estruturava a área de seguros gerais, a porta de entrada para competir no varejo se fechou. Em 2002, o Bradesco comprou todas as operações da instituição da família Vidigal e delegou a carteira de seguros à seguradora do grupo.
Agora, a Zurich olha para frente. O presidente da empresa ressalta ainda que, a partir da força da Minas Brasil em Minas Gerais, a diretriz é avançar para outros mercados. “Teremos condições vir para São Paulo e Rio de Janeiro; a Minas também tem presença geográfica em 70% do País, com uma rede de distribuição de mais de 4 mil corretores e agências do Mercantil do Brasil, que era um canal subutilizado, mas que terá uma nova dinâmica agora com os produtos que a Zurich trará”, conta Purm.
Segundo André Brasil, vice-presidente do Mercantil do Brasil, a parceria é bem-vinda. “A aliança com uma seguradora internacional vai ampliar o nosso portfólio de produtos. As maiores expectativas recaem sobre os seguros destinados à cobertura de riscos para pessoas físicas”, observa.
Sinergia
Com a aquisição da Minas Brasil, a Zurich saiu do zero nos segmentos automóveis e vida, os mais rentáveis do mercado brasileiro, e passa a administrar uma carteira de R$ 172,6 milhões em prêmios de seguros. Ao mesmo tempo, operações atuais da multinacional na linha de riscos patrimoniais serão introduzidas na rede da seguradora mineira.
Pedro Purm destaca a sinergia dos dois negócios: “A Minas Brasil, com 70% de sua carteira em auto, é uma fábrica de varejo, enquanto a Zurich é a fábrica de seguros corporativos. Há uma série de produtos da Zurich que pode ser colocada na rede de distribuição da Minas rapidamente, como transportes, responsabilidade civil, linhas financeiras, riscos de engenharia. E vice-versa.”
O executivo revela que não haverá demissões em massa, mas reconhece “redundância”. “Criamos uma etapa de integração, onde cada gestor está preocupado em desenhar as áreas. Deve haver redundância, que vamos resolver com sinergia de back office. A visão geral é ter crescimento orgânico e tirar proveito de talentos.”
Pedro Purm também informa que já contratou um estudo técnico para decidir se a marca da Minas Brasil será extinta ou não. O resultado sairá em até 90 dias. Antes disso, a nova controladora deverá realizar oferta pública de ações para adquirir 13% de ações de minoritários e fechar o capital da empresa mineira em favor da Zurich.

Fonte: Gazeta Mercantil

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