Willis coloca brasileiro como CEO para a AL
A Willis, uma das maiores corretoras de seguros do mundo, resolveu apostar forte na América Latina em 2008. Ontem, a empresa anunciou a transferência do escritório que comanda as operações na região de Londres para São Paulo. Além disso, nomeou o brasileiro Eugenio Paschoal como presidente (CEO) para a região.
Paschoal está na Willis desde que a corretora chegou ao Brasil, há dez anos com a compra da brasileira York. Segundo ele, a região vai receber novos investimentos em 2008. Como ainda estão em fase de definição, ele prefere não revelar mais detalhes. Em um comunicado à imprensa, a corretora afirma estar “ansiosa” para por em prática os planos de crescimento para a região.
A Willis tem escritórios em sete países da América Latina e opera em 20 outros por meio de correspondentes. Além do Brasil, tem unidades na Argentina, Chile, Peru, México, Colômbia e Venezuela. Com a centralização das operações financeiras, tecnológicas e comerciais em São Paulo, Paschoal acredita que haverá maior sinergia das operações. “Nosso grande plano é juntar todos os escritórios numa estrutura integrada”, afirma.
Com a recuperação do crescimento econômico da região, a Willis aposta no aumento das vendas. Como tem capital aberto nos Estados Unidos, a corretora não informa os números regionais. Este ano, até o terceiro trimestre, teve receita global de US$ 1,9 bilhão contra US$ 1,8 bilhão no mesmo período de 2006.
No Brasil, assim como no exterior, o foco é no segmento de grandes riscos industriais. Entre as especialidades da Willis estão os riscos de construção, energia, transportes e financeiros.
Mais recentemente, a corretora resolveu diversificar sua atuação. Em 2005, comprou a corretora Athos, focada em benefícios. Também resolveu atuar na área de afinidade (ou “affinity”) – que é a venda de apólices de baixo valor por meio de parcerias com empresas. Segundo Paschoal, os maiores clientes da Willis no segmento são redes de varejo e financeiras.
Para o Brasil, Paschoal avalia que a abertura do resseguro deve estimular negócios e aumentar a importância do corretor, que conhece melhor o mercado externo. A Willis, que também atua com resseguros, tem 300 escritórios em 100 países. São nada menos que 16 mil funcionários no mundo; na América Latina são 1.350.
No comando da América Latina, Eugenio Paschoal substitui o português Jose Ribeiro, que deixou a corretora para trabalhar no Lloyds de Londres, o maior mercado de seguros do mundo. Ribeiro é o diretor geral de mercados internacionais e veio recentemente ao Brasil para acompanhar a visita do presidente do Lloyds, Lorde Peter Levene, que tem interesse em abrir escritório aqui.
Sobre seu substituto no comando dos negócios no Brasil, Paschoal não deu detalhes.
Fonte: Valor