VW compra Scania e lidera setor de caminhões no país
Mas o principal papel no futuro dessa união será desempenhado pelo Brasil. Com o negócio, a VW tomará a liderança da Mercedes no mercado brasileiro de caminhões e ônibus, o que provavelmente não acontecerá na Europa. No ano passado, a Mercedes vendeu 31 mil caminhões e 12 mil ônibus no Brasil. Com atuação restrita no segmento de pesados, a Scania vendeu 6,5 mil caminhões e 1 mil ônibus. Já a VW, que atua em praticamente todos os segmentos de veículos comerciais no país, vendeu 28,9 mil caminhões e 6,7 mil ônibus.
O Brasil é o maior mercado da Scania. Da fábrica de São Bernardo (SP), construída há mais de 50 anos, sai mais de um quarto da produção mundial da marca. No caso da VW, a situação é ainda melhor. O Brasil é o único país onde a multinacional produz caminhões e ônibus – com a Volkswagen Caminhões, que já se transformou em “matriz”, com filiais no México e África do Sul.
O mercado de veículos pesados no Brasil está superaquecido, como reflexo do crescimento da economia em um país que privilegia o transporte rodoviário. Todos os fabricantes de caminhões – incluindo Ford, Iveco e Volvo – trabalham a plena capacidade. A VW iniciou o ano com a produção comprometida até março.
Embora dependa de aprovação dos órgãos antitruste, a negociação anunciada ontem demonstra que os europeus apostam nas alianças para aproveitar a expansão de diversos mercados, tanto no Brasil quanto na Europa e na Ásia. A compra dos 31% da Scania pertencentes à poderosa família Wallenberg põe fim a uma das mais prolongadas e amargas batalhas recentes na Europa corporativa. A VW pagará 200 coroas suecas (US$ 32,43) por ação do tipo A da Scania, o que representa um ágio de 17% sobre o preço do papel na sexta-feira.
Ontem, a Porsche anunciou que seu conselho aprovou a compra de participação majoritária na Volkswagen – da qual já é a maior acionista, com 31% -, mas destacou que não pretende unir as operações.
Fonte: Valor
