Volta do carro popular pode reduzir o preço do seguro
Quem não se lembra dos carros populares? Eles invadiram as ruas do Brasil nos anos de 1990. Se depender do atual governo, a modalidade deve voltar a circular. Segundo o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a meta é reduzir a carga tributária que pesa sobre o setor para estimular a produção de veículos mais baratos. A perspectiva é que o anúncio da medida deve ser feito no Dia da Indústria, nesta quinta-feira (25). E qual deve ser o impacto do incentivo para o mercado de seguros?
O segmento vê com bons olhos a retomada dos carros populares, segundo executivos consultados pelo InfoMoney. Toda ação feita no setor automotivo que ajude nas vendas, como crédito com juros menores e frota com valor mais acessível, contribui para toda a economia e, consequentemente, para a venda de seguros, destaca Marcelo Sebastião, presidente da comissão de auto da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).
Ainda não há detalhes sobre o que realmente será apresentado pelo governo, mas a expectativa é que a desoneração da carga tributária valha para veículos abaixo de R$ 100 mil.
Interlocutores do governo sinalizam que a faixa de preço deve se iniciar em R$ 55 mil hoje o modelo mais barato não sai por menos de R$ 69 mil.
A expectativa é que o estímulo à indústria automotiva faça girar outros setores da economia, como o mercado de seguros de automóveis.
Dados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) mostram que, no Brasil, o seguro de automóvel arrecadou R$ 51,05 bilhões em 2022, crescimento de 32,8% sobre o ano anterior. Ao longo do ano passado, foram pagos R$ 30,7 bilhões em indenizações, alta de 34% na comparação com o ano anterior. Já no primeiro trimestre deste ano foram arrecadados R$ 13,2 bilhões, expansão de 25% na comparação com os primeiros três meses de 2022.
E em indenizações pagas, o total foi de R$ 7,9 bilhões (+10,3%). Segundo dados de abril da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram emplacados 118.127 automóveis, um recuo de 19,18% em relação a março, que somou 146.165 unidades.
Vale destacar que a queda na produção está ligada a múltiplos fatores. Uma série de fatores refletiram nos preços dos veículos novos, como a instabilidade na cadeia produtiva mundial, falta de componentes semicondutores, e com essa escassez, os veículos usados passaram a ser mais buscados e consequentemente, também ficaram mais caros, comenta Márcio Messias do Nascimento, especialista de seguros da Neurotech.
Para Nascimento, o relançamento do carro popular pode ajudar no aumento da demanda por seguro, pois mais consumidores terão acesso a carros novos com preços mais acessíveis, o que deve impulsionar a busca pela proteção. Outro ponto interessante é que, como o valor da Fipe do veículo é levado em consideração para gerar o custo do seguro, estes preços podem ser mais atrativos. Importante frisar que todos os outros dados de uso, região e perfil são considerados na composição do prêmio do seguro, lembra.
Fonte: NULL