Você se sente “segura” para promover a inclusão?
Essa é uma pergunta que sempre faço para as pessoas que atuam no processo de inclusão das Pessoas com Deficiência: você se sente “SEGURA” para promovê-la?
Meu objetivo com isso é quebrar paradigmas no tocante aos vieses inconscientes que insistem em dificultar esse processo, demonstrando que não há uma regra pronta a ser executada e, sobretudo, com muito amor, aprendizado, ressignificação de talentos os ambientes podem ser transformados. Certo é que os desafios virão, mas o mais importante diante de todos eles é ter a vontade de fazer a diferença, não ter medo de errar, perguntar e, seguir em frente.
Por que estou lhe dizendo isso?
Para que você não tenha receio de avançar nesse processo de inclusão e se sinta “SEGURA” para abraçá-lo.
Abra-se um parênteses para esclarecer que você jamais deve ter por pressuposto cumprir cotas, sabemos que elas existem. A legislação é clara e precisa na sua obrigatoriedade (Lei 8.213/91). Infelizmente na lei não há incentivos e, nem tampouco, conscientização em trazer à baila a beleza dos ambientes diversos. Com as dificuldades existentes, com prazos, notificações, imposições, uma parcela das empresas acaba por não permitir que os aspectos positivos da inclusão sejam validados.
Assim sendo, se você me perguntar como eu gosto de atuar no processo de inclusão, a resposta é bem simples: mudando o foco, o ângulo de visão. Para que a empresa acredite no retorno dos investimentos, nas potencialidades, vez que nos ambientes diversos todos saem vitoriosos, há pluralidade de ideias, humanização, reciprocidade de acolhimento, e um imenso valor agregado à marca.
Superada essa dificuldade de enxergar no diverso algo bom, primeiramente precisamos preparar os ambientes, acolher, conhecer as reais necessidades e sentimentos de cada pessoa. Não tenha dúvidas, de que a partir disso, as vagas serão automaticamente preenchidas. Uma pessoa feliz, com ou sem deficiência, traduz esse sentimento para os seus amigos e familiares e eles, por sua vez, nutrem o desejo de fazerem parte da organização.
Nessa mesma linha de raciocínio a importância da Pessoa com Deficiência de se sentir pertencente é essencial para que as vagas sejam preenchidas e mantidas. Existem algumas tomadas de decisões que contribuem grandiosamente para que isso reverbere. São elas:
1) DIALOGUE: não tenha qualquer receio de perguntar para a Pessoa com Deficiência o que ela precisa, o que ela espera, quais os seus receios e projetos, por exemplos. Subsidiariamente, se necessário, converse com seus familiares, amigos, pessoas que poderão trazer os seus verdadeiros sentimentos (muitas vezes existe vergonha/receio em relatar).
2) ACESSIBILIDADE: todos os ambientes precisam estar preparados para recebê-la, bem como é fundamental sua inclusão nos treinamentos, projetos, festas da empresa, etc.
3) PLANO DE CARGO: grande parte das empresas não criam planos de desenvolvimento de carreira para as Pessoas com Deficiência (pelo contrário elas são excluídas) um dos maiores causadores da rotatividade das vagas.
4) ESCOLHAS COM CRITÉRIOS: é preciso conhecer a realidade de cada Pessoa com Deficiência (aliás, de todos os colaboradores) antes do preenchimento das vagas. Colocar a pessoa certa, no lugar correto.
5) RESSIGNIFICAR TALENTOS: não olhar para o que a Pessoa com Deficiência não pode desenvolver (sua limitação física, intelectual, sensorial ou de relacionamento) e, sim, valorizar aquilo que ela tem de melhor.
6) COMITÊ: um comitê misto – Pessoas com Deficiência, familiares de Pessoas com Deficiência e pessoas simpatizantes com a causa – constroem métricas que alavancam a organização. Nele poderão ser abordadas as principais ações a serem implementadas, as maiores dificuldades, etc. Aqui, devem ser criados os OKRs (métricas).
7) TREINAMENTOS/PALESTRAS: ações reiteradas visando a conscientização e o despertar de um novo modelo sobre a Pessoa com Deficiência contribuem insofismavelmente para que os ambientes se tornem mais acolhedores. Somado a isso, é essencial que os treinamentos ocorram nos diferentes setores, vez que o conjunto de esforços é que produz o resultado almejado.
8) MENTORIAS/ ESPELHO REVERSO: estabelecer e desenvolver as métricas para os diferentes setores da organização. Também, selecionar dentre os colaboradores interessados, mentores voluntários para atuarem nas carreiras das Pessoas com Deficiência, bem como Pessoas com Deficiência contribuírem com outros colaboradores nesse processo (espelho reverso).
9) QUANDO NÃO TIVER UMA RESPOSTA PRONTA: o maior remédio é ter uma atitude com amor. Faça para o outro o que gostaria que fizessem para você ou para alguém que você ame.
Vamos, juntas e juntos?
“SOU SEGURA” em afirmar que você irá se surpreender com a magnitude da inclusão da diversidade e vejo, nesse processo, o quanto a “SOU SEGURA” busca promover ações para que o mundo seja um lugar com igualdade de oportunidades para cada cidadão.
Por um mundo para todos, com igualdade, dignidade e felicidade!!