Vicunha consegue sair do prejuízo, mas ainda tem desafios
Foi com alívio que a direção da Vicunha Têxtil percebeu que conseguiu, em 2007, zerar as perdas acumulados nos dois anos anteriores. Afinal, o pequeno lucro de R$ 38 mil era o resultado de um profundo processo de reestruturação iniciado há pouco menos de dois anos. No período, a empresa saneou as finanças, modernizou a gestão, buscou novos nichos de mercado e fechou unidades de produção. E em meio à mudança, a fabricante teve que enfrentar a invasão de têxteis asiáticos mundo afora.
Apesar de se livrar do prejuízo de R$ 400 milhões, amargado em 2006, houve pouco tempo para comemoração. A empresa precisa se concentrar para resolver enormes desafios este ano: combater a concorrência asiática, que considera desleal, perseguir o lucro e se preparar para a consolidação global do setor têxtil, principalmente na produção de tecidos para moda jeans. “Queremos figurar entre os líderes mundiais”, afirmou ao Valor Ana Elwing, diretora financeira e de relações com investidores da Vicunha Têxtil.
Desde meados da década de 90, os balanços da Vicunha alternavam prejuízos consideráveis e lucros modestos. O último resultado positivo da companhia foi em 2004, quando lucrou R$ 11 milhões. A venda da participação da família Rabinovich aos sócios pertencentes ao clã Steinbruch engatilhou a mudança de rumo da companhia. No fim de 2006, os sócios injetaram R$ 300 milhões na companhia, que também emitiu outros R$ 250 milhões em debêntures. Assim, conseguiu abater dívidas e ganhou forças para reestruturar as operações fabris, com o objetivo de baixar os custos de produção e fechar unidades. A última fábrica a ter sua atividade encerrada, na virada de 2007 para 2008, foi a de Simões Filho (BA), que produzia fios de algodão e polímeros têxteis.
Fonte: Valor