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Viabilizando projetos de vida

A indústria de previdência privada nasceu para ampliar a renda ao final do período laborativo. Atualmente, porém, não se limita à aposentadoria. Com o dinamismo do mercado de trabalho, o aumento da renda e da longevidade dos brasileiros, vem sendo utilizada para viabilizar projetos de vida. Assim, percebemos adesões de pessoas de diferentes idades buscando um objetivo específico. Para tal, fazem uma reserva financeira para ter ou complementar renda anos à frente, custear a própria educação ou a dos filhos, garantir despesas com saúde na terceira idade, ter facilidades no processo sucessório ou abrir uma empresa, por exemplo.
Por conta da ampliação do conceito “previdência”, cresce nas economias maduras – o que também deve ocorrer no Brasil – os chamados “target-funds”, ou fundos ciclo de vida. Tais investimentos ganharam popularidade nos Estados Unidos (onde, somente em 2008, havia 246 fundos vinculados a 36 famílias de investimentos), assim como na Europa, China e, na América do Sul, Chile, onde crescem 50% por ano.
Também conhecidos como “lifecycle” ou “life time funds”, têm como principal vantagem a alocação automática entre renda fixa e renda variável ao longo do tempo de permanência do investidor, de acordo com o ciclo de vida do cliente. Ou seja, este determina a data-alvo do recebimento do benefício – 2020, 2030 ou 2040, por exemplo – e o fundo passa a ser gerido segundo o horizonte de tempo. Nos primeiros anos, o gestor do fundo aloca parte maior dos recursos em renda variável; depois, próximo da data-alvo, adquire um perfil mais conservador ao ampliar a parcela em renda fixa. Devido a essa característica, são uma ótima alternativa para quem não tem experiência, conhecimento ou tempo para acompanhar a gestão, deixando esta tarefa para especialistas. No Brasil, esses fundos têm grande futuro no segmento de pessoas entre zero e 21 anos.
Nos EUA, onde foram criados, são um sucesso. Segundo a Financial Research Corp., de Boston, em setembro de 2007 os ativos nesses fundos por lá totalizavam US$ 168 bilhões, sendo que desde 2002 o volume cresce acima de 60% anuais. Especialistas estimam que 40% de todos os planos 401(k), semelhantes aos nossos planos PGBL, já oferecem ou pretendem oferecê-los aos investidores americanos.
Na Europa também crescem, embora observe-se uma menor predisposição dos europeus para acumular recursos para projetos de vida no longo prazo, devido a uma percepção de maior proteção social por parte do Estado. Além disso, mesmo tendo uma ampla oferta de opções, os europeus não são muito ativos nas escolhas de seus fundos de investimentos. Segundo relatório da Barrie & Hibbert, consultoria escocesa, 94% dos participantes de planos de Contribuição Definida no Reino Unido optam pelo fundo padrão indicado pela administradora.
Em alguns países europeus, entretanto, o panorama é outro. É o caso de nações na Europa Central e Oriental, onde há menor confiança nas soluções oferecidas pelo poder público. Nos países dessas regiões há três alternativas de fundos ciclo de vida: perfil conservador, moderado e agressivo.
Isso nos leva a acreditar que, sempre que simplificadas as opções, os mercados estruturarem melhor os produtos de acordo com as necessidades e estilo de vida dos investidores, esses fundos ciclo de vida ganharão mais terreno. Especialistas apontam que isso está em pleno curso.
Na China, a participação dos fundos Ciclo de Vida já é relevante. Em Hong Kong, compõem cerca de 40% das opções disponíveis de investimento.
Enfim, os fundos ciclo de vida representam o que há de mais moderno em termos de previdência privada. À medida que o mercado compreender melhor as necessidades dos clientes, seus diferentes estágios de vida e, com base nessa análise, elaborar soluções adequadas dentro deste conceito inovador, tais fundos ganharão cada vez mais espaço.

Fonte: Gazeta Mercantil

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