Venda sobe 16% em 3 meses
As seguradoras fecharam o primeiro trimestre do ano faturando R$ 15,817 bilhões, expansão nominal de 16,4% frente à captação de R$ 13, 586 bilhões em igual período de 2007, segundo estatísticas recém-divulgadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que não incluem o ramo saúde, sob alçada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em março, o faturamento de R$ 5,284 bilhões cresceu 8,7% sobre fevereiro e 13,5% sobre março do ano passado, quando a receita chegou a R$ 4,654 bilhões.
Sem o plano de vida gerador de benefício livre (VGBL), o crescimento do mercado de seguros brasileiro nos três meses iniciais do ano cairia para 10,2%, com prêmios na casa de R$ 10,583 bilhões. A captação do VGBL no período atingiu R$ 5,234 bilhões, o que representou 33,1% do faturamento total do setor. Em 2007, no mesmo período, esta participação ficara em 29,3%. Até março último, as vendas do produto avançaram 31,3%.
Com a ocorrência de sinistros, as seguradoras devolveram aos segurados R$ 4,502 bilhões, na forma de pagamento de indenizações de seguros, nos três primeiros meses do ano. O montante subiu 7,6% frente ao acumulado de janeiro a março do ano passado, 4,1 pontos percentuais abaixo da expansão da receita de prêmios ganhos, que subiu 11,7%, para R$ 8,480 bilhões. No período, a parcela dos sinistros sobre a receita de prêmios ganhos caiu de 55% para 53%.
PESSOAS. O segmento de pessoas, com receita de R$ 2,821 bilhões, cresceu 12,4% até março. Nos seguros de vida e acidentes pessoais, as seguradoras faturaram R$ 2,153 bilhões, 10,5% a mais do que de janeiro a março do ano passado. No período, os seguros de vida evoluíram 8%, para R$ 1,663 bilhão, com destaque para os planos em grupo, cuja receita de R$ 1,465 bilhão subiu 8,3%. Os planos individuais cresceram menos: 5,9%, para R$ 198,1 milhões. Por sua vez, o incremento dos seguros de acidentes pessoais chegou a 20,3%, para R$ 490 milhões. Nos planos coletivos, na casa de R$ 429,7 milhões, a alta foi de 23,2%.
A expansão dos produtos agrupados na carteira de veículos chegou 13,6% nos três primeiros meses do ano, com faturamento da ordem de R$ 5,043 bilhões. Mas o desempenho específico do seguro de automóvel, incluindo a cobertura de responsabilidade civil facultativa, ficou abaixo da evolução da indústria automobilística, que continua batendo recordes sucessivos de produção e vendas. Neste ramo, que tem fatia de mercado de 21,5%, a segunda maior, as seguradoras chegaram a março captando R$ 3,402 bilhões, 8,9% a mais do que em igual período de 2007. No seguro obrigatório de veículos automotores (Dpvat), o faturamento chegou a R$ 1,560 bilhão, registrando alta de 24,7%.
Os produtos destinados à proteção patrimonial (pessoal e empresarial) caíram 8,4%, atingindo receita de R$ 1,471 bilhão no primeiro trimestre. Apesar da queda global, o seguro de riscos de engenharia subiu nada menos que 55,9%, com receita de R$ 82,9 milhões. Na modalidade de pacotes multirriscos, com receita de R$ 535,8 milhões, a alta nas vendas chegou a 7% e foi de apenas 2,7% nos riscos diversos, com prêmios de R$ 245,9 milhões. Já o desempenho de outros seguros importantes foi desanimador, como o de riscos nomeados e operacionais, que caiu 20,1%, para R$ 251, 9 milhões. A apólice de garantia estendida, por sua vez, despencou 24,8%, com receita de R$ 337,7 milhões.
No segmento de transportes de mercadorias, as seguradoras faturaram no primeiro trimestre do ano R$ 396,9 milhões, apresentando expansão de 7,5% frente a igual período de 2007. Nos seguros de exportação e importação, os prêmios foram a R$ 208,4 milhões e cresceram 5,4%. O seguro de transporte nacional cresceu em ritmo mais acelerado: 11,6%, para R$ 113 milhões, enquanto o de transporte internacional manteve-se estável, com ligeira queda de 0,5% ao captar R$ 106,6 milhões. Na cobertura de responsabilidade civil do transportador rodoviário de cargas, as seguradoras cresceram acentuadamente: 17,4%, com a receita alojando em R$ 113,3 milhões.
Os seguros de riscos financeiros, incluindo as coberturas de garantia de obrigações contratuais, sem a de fiança locatícia, chegaram a março ostentando excelente desempenho, com vendas nada mais nada menos que 112,1% acima das registradas no primeiro trimestre de 2007. O faturamento do seguro-garantia pulou de R$ 47,9 milhões para R$ 101,7 milhões. O destaque do período coube ao seguro de garantia judicial, que subiu 156%, embora com receita ainda pequena: R$ 6,9 milhões. A cobertura de obrigações públicas, a mais expressiva do ramo, cresceu 133,7%, para R$ 55 milhões, enquanto a de obrigações privadas aumentou 62,3%, para R$ 27,2 milhões. As apólices de concessões públicas, por sua vez, apresentaram expansão de 165%, com prêmios da ordem de R$ 10,3 milhões.
Fonte: Jornal do Commercio