Veja os hábitos que a impedem de guardar dinheiro todo mês
“Esse mês eu vou guardar dinheiro”. Quantas vezes você não prometeu isso para si mesma e, quando chegou o dia 30, viu que não tinha mais nada na conta? Talvez você culpe a crise – e talvez ela realmente tenha contribuído com sua situação financeira. Mas, muitas vezes, bastaria um pouco de empenho para conseguir reservar uma quantia, mesmo que pequena.
Se você também tem o hábito de só guardar dinheiro quando ele sobra, infelizmente, você não está sozinha: em janeiro, 29% dos brasileiros afirmaram que também mantêm esse péssimo costume. Foi isso que revelou o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) em pesquisa divulgada nesta semana. O número faz parte do novo Indicador de Reserva Financeira, índice que acompanhará a evolução do hábito de poupar da população. Para que se tenha ideia, apenas 7% poupa um valor fixo mensalmente.
O problema é que não há dinheiro que sobre – quem resiste àquelas cifras dando sopa na conta corrente e não trata de arranjar algo para gastá-las?
Se, para guardar, você precisa que a grana sobre, raramente conseguirá juntar algo. “O ideal é encarar esse dinheiro com a mesma seriedade que você vê uma despesa fixa, como aluguel. Assim, você não abre mão de reservá-lo, mesmo em situações difíceis”, ensina Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Outra dica da economista-chefe é separar o valor assim que o salário cair na conta para não correr o risco de gastá-lo.
Guardar dinheiro é hábito
Há quem disfarce a situação dizendo que “guarda dinheiro quando pode”, mas também há quem admita que nem poupa, nem possui uma reserva financeira. De acordo com o índice, 62% da população brasileira não tem o hábito de separar nenhuma quantia mensalmente.
O número tão alto de não poupadores pode, em partes, ser explicado pela crise econômica que afetou o País. Porém, para Marcela, o maior problema é a ausência do costume de guardar. “Embora haja, de fato, a falta de dinheiro, é preciso falar sobre como as pessoas não priorizam essa questão na vida financeira. Sabemos que a crise potencializa, mas também existe a falta de cultura do brasileiro em poupar”, diz.
“Você não enriquece com o dinheiro que ganha mas, sim, com o que guarda – e a única forma de fazer isso é guardando um pouquinho todo mês. Não precisa ser muito, pois o que mais importa é a regularidade”, completa Carol Ruhman Sandler, fundadora do Finanças Femininas.
Dinheiro debaixo do colchão
O confisco da poupança ocorrido nos anos 1990 durante o governo Collor deixou traumas na população. Eles são tão arraigados que, até hoje, boa parte das pessoas ainda prefere guardar dinheiro em casa, em vez de depositá-lo no banco – 20% dos entrevistados pelo SPC Brasil e CNDL, mais precisamente.
No entanto, enquanto seu precioso dinheiro fica no cofrinho, a inflação o corrói, diminuindo seu poder de compra. Ou seja, você está perdendo dinheiro. “Hoje, até mesmo a poupança bate a inflação. Se você acha que outros investimentos são complicados, comece por ela e você já terá sua reserva protegida”, ensina Carol.
Poupar em tempos difíceis
A boa notícia é que não precisa guardar muito dinheiro para fazer parte dos 7% que fazem isso regularmente. “Do mesmo jeito que diminuímos o plano de internet quando o orçamento aperta, também é possível reduzir o valor que se guarda. O importante é manter o hábito”, aconselha Marcela. A exceção, de acordo com a economista-chefe, fica por conta de situações extremas, como desemprego e endividamento.
Para que se tenha ideia, é possível começar a investir no Tesouro Direto com apenas R$ 30. De pouco em pouco, ao final do ano, você terá uma quantidade que pode salvar sua pele caso surja uma emergência. “Depois que você aprende, se torna automático”, garante a fundadora do Finanças Femininas.
Em suma, fazer parte daqueles 7% que guardam dinheiro é uma questão de hábito. Que tal adquiri-lo e ter uma vida financeira mais equilibrada?
Fonte: NULL