Veja como começar 2022 com a vida financeira organizada
Os últimos dias do ano costumam trazer uma dose de nostalgia e a pergunta: o que eu deveria ter feito diferente? Segue-se a isso, listas e listas do que fazer no ano seguinte.
Se na sua lista constam metas sobre organização financeira e fim das dívidas, é possível que você encontre o que procurava nas próximas linhas.
Panorama geral
Quem está endividado, não está sozinho. Nos primeiros meses da pandemia, o Brasil teve um salto no número de inadimplentes.
Dados do Serasa mostram que o pico da inadimplência ocorreu em abril de 2020, com quase 66 milhões de pessoas com dívidas em atraso.
Segundo Fernando Gambaro, especialista da Serasa Experian, ações como a Medida Provisória que limitou algumas negativações e a maior restrição ao crédito ao longo de 2020 conseguiram reduzir os atrasos nas contas dos brasileiros.
No entanto, outubro de 2021 voltou a registrar níveis de inadimplência quase iguais aos do pico do ano passado, com 63,4 milhões de pessoas inadimplentes e R$ 253,6 bilhões de dívidas em atraso.
De acordo com a Serasa, em que pese a baixa renda média do brasileiro e a falta de educação financeira, o principal motivo da inadimplência atual é o desemprego no país.
Diante do cenário de juros e inflação em alta e com a economia ainda retraída, o que fazer para organizar a vida financeira e se livrar de dívidas?
Aspectos financeiros e comportamentais
Para Mauro Calil, fundador do canal de educação financeira do YouTube Academia do Dinheiro, há dois motivos básicos que justificam o excesso de endividamento.
O primeiro, sem dúvida, é o agravamento da crise, que fez com que muitas pessoas reduzissem os seus rendimentos ou, até mesmo, perdessem a sua fonte de renda.
O segundo é o consumismo por si só, que tem efeito tão devastador quanto o primeiro no orçamento doméstico. Muitas vezes, não importa o quanto as pessoas recebam. Elas simplesmente sempre gastarão mais do que as suas fontes de renda, diz o educador financeiro.
Calil ainda observa que o consumismo é o único vício que, não só é socialmente aceito, como melhora a aceitação social. Quando a pessoa é alcoólatra ou toxicômana, por exemplo, passa a ser gradativamente menos aceita na sociedade. Já se ela é viciada em consumir, usa roupas e carros melhores, frequenta lugares mais caros, viaja para lugares interessantes, tudo isso aumenta a sua aceitabilidade na sociedade.Por isso, é bastante comum que ostentação e conta bancária negativa andem lado a lado, diz.
Já Eliane Tanabe, planejadora financeira e fundadora da Splendys Planejamento Financeiro, costuma fazer uma analogia da vida financeira com reeducação alimentar e bons hábitos de saúde. Para manter a saúde, você sabe que precisa fazer exercícios e ter uma alimentação saudável. No entanto, mesmo sabendo, muitas pessoas não fazem isso e, quando têm problemas, buscam o auxílio de profissionais da saúde. Na vida financeira, a lógica é a mesma. Você sabe que, se gasta mais do que ganha, terá problemas em algum momento. Mas isso não impede muitas pessoas de se endividarem além de suas condições. Normalmente, é nesse momento que acabam buscando um planejador financeiro, conclui.
Fonte: NULL