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Varejo tem o melhor abril desde 2008

As vendas do comércio varejista subiram 1% em abril ante março, melhor resultado para o mês desde 2008, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado surpreendeu o mercado, que esperava, na média, queda de 0,65%, conforme pesquisa da Estadão/Broadcast com analistas.

Além disso, a alta de 1,9% em relação a abril de 2016 foi a primeira nessa base de comparação após 24 meses seguidos de queda.

Alguns economistas recomendaram cautela com o otimismo, enquanto outros passaram a estimar crescimento maior no segundo trimestre, após a surpresa positiva. A gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, procurou “relativizar” os dados. “Esse número individual ainda não é uma reversão”, disse.

Entre os motivos que exigem cautela, ela citou a concentração da alta em poucos setores, especialmente nos supermercados, o fato de as vendas virem de duas quedas, em fevereiro (- 0,4%) e março (-1,2%), em relação aos meses imediatamente anteriores, e o efeito calendário, quando se compara abril deste ano com igual período de 2016.

Este ano, a Páscoa foi em abril e, no ano passado, em março.

Normalmente, as festividades da Semana Santa impulsionam as vendas de chocolates e alimentos, disse a pesquisadora.

Nas contas de Isabella, sem o efeito da Páscoa, o crescimento das vendas seria de apenas 0,2% ante abril de 2016.

Para o economista Mauricio Nakahodo, do Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG), o avanço reforça um desempenho volátil do comércio, o que, segundo ele, está alinhado com a recuperação lenta e gradual da atividade. “A indústria e o varejo em abril dão sinalização positiva para a atividade, mas acreditamos que o desempenho de maio e junho pode ser mais negativo”, disse Nakahodo.

Mais otimista, o economista João Fernandes, da Quantitas Asset Management, reviu sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, de queda de 0,2% ante o primeiro trimestre para alta de 0,2%. “Desde o início do ano as vendas vêm tendo desempenho mais forte que o esperado.” O arrefecimento da inflação explicou o melhor desempenho das vendas nos supermercados.

A inflação medida pelo IPCA, índice oficial calculado pelo IBGE, passou de 4,57% em 12 meses até março, para 4,08% em abril. Com isso, o segmento de “hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo”, teve alta de 0,9% nas vendas sobre abril. Por outro lado, em março e fevereiro, esse setor teve recuo acumulado de cerca de 6%. /

Fonte: O Estado de São Paulo

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