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Valor mínimo necessário para se alimentar é superior à despesa efetiva

Dados divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as famílias sem acesso pleno à alimentação no Brasil estimam que o valor mínimo necessário para comer é 85% maior do que efetivamente gastam para comprar alimentos.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada entre 2017 e 2018, cujos dados principais foram divulgados em setembro do ano passado e revelaram que cerca de 10,3 milhões de brasileiros passavam fome à época, 3 milhões a mais que cinco anos antes.

Segundo o IBGE, em 2018, a despesa mensal média por pessoa (per capita) com alimentação no Brasil era de R$ 209,12. Nas famílias com segurança alimentar, esse valor subia para R$ 247,76.

Já nas famílias com algum tipo de insegurança alimentar, a despesa média por pessoa caía para R$ 153,49, sendo de R$ 163,50 quando a insegurança alimentar era leve e R$ 134 quando moderada ou grave.

O IBGE classifica a segurança alimentar como sendo o acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Já a insegurança alimentar é classificada em três níveis – leve, moderada e grave – da seguinte maneira: Insegurança alimentar leve: há preocupação ou incerteza quanto acesso aos alimentos no futuro, além de queda na qualidade adequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentação consumida.

Insegurança alimentar moderada: há redução quantitativa no consumo de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação.

Insegurança alimentar grave: há redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores do domicílio.

Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no lar.

A pesquisa revelou que, de modo geral, a população brasileira considera que o valor mínimo para se alimentar adequadamente é superior à despesa efetiva que tem.

Na média, o valor mínimo por pessoa apontado para gastos com alimentação mensal foi de R$ 348,60, ou seja, 66% maior que a despesa média efetiva de R$ 209,12.

Nas famílias com segurança alimentar, o mínimo apontado foi de R$ 401,83, 62% a mais que o efetivamente gasto. Aquelas com algum tipo de insegurança alimentar apontaram que o mínimo seria de R$ 271,94, 77% acima da despesa.

Quando a insegurança alimentar era leve, o mínimo sugerido foi de R$ 284,06 e, quando moderada ou grave, de R$ 248,35 – respectivamente 74% e 85% acima da despesa efetiva.

O IBGE destacou que a despesa estimada com alimentação considera valores monetários e não monetários, ou seja, além do dinheiro, leva em conta também a “aquisição obtida por meio de doação, retirada do negócio, troca, produção própria, pescado, caçado e coletado”.

Da média nacional de R$ 209,12 per capita, R$ 183,03 (87,5%) foi de despesa monetária e R$ 26,10 (12,5%), não monetária.

Essa despesa média considera tanto a alimentação em casa quanto a consumida fora do domicílio. O IBGE estimou que o gasto médio por pessoa com a alimentação em casa foi de R$ 147,45, enquanto a realizada fora foi de R$ 61,68.

A pesquisa levantou, também, a avaliação subjetiva da população em relação ao padrão alimentar da família. Mais da metade (58,3%) da população considerou “bom” o padrão de alimentação familiar, enquanto 35,9% o avaliou como “satisfatório” e 5,8% como “ruim”.  

Fonte: NULL

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