Uso do banco no celular cresce 96% em 2016
Celulares e tablets foram o principal meio usado pelos brasileiros para realizar suas transações bancárias no ano passado, superando pela primeira vez canais tradicionais como os sites dos bancos, os terminais de autoatendimento e as próprias agências.
É o resultado de uma pesquisa feita para a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) pela consultoria Deloitte com 17 bancos que controlam 91% dos ativos no Brasil.
O estudo mostra que as operações com uso de dispositivos móveis subiram 96% no ano passado, em relação a 2015, para 21,9 bilhões.
Celulares e tablets responderam por 34% do total de transações em 2016. O internet banking apareceu em segundo lugar, com 14,8 bilhões de operações (23%). O número de transações bancárias teve crescimento de 17% no ano passado, para 65 bilhões.
O aumento das transações via celulares e tablets acompanha a disseminação de smartphones no país. De acordo com o estudo “Google Consumer Barometer”, a fatia dos consumidores brasileiros que usam esses aparelhos cresceu de 14% em 2012 para 62% no ano passado.
Para Gustavo Fosse, diretor setorial de tecnologia e automação bancária da Febraban, era natural que o acesso móvel ultrapassasse os canais tradicionais. “Já havia sinais de que passaria o internet banking, pela facilidade do uso dos clientes”, disse.
A tendência, afirma, é que essas transações cresçam ainda mais, seguindo o avanço das contas digitais no Brasil -a projeção é que o número passe de 1 milhão para 3,3 milhões até o fim deste ano.
Paschoal Baptista, sócio da Deloitte, também vê espaço para aumento das transações. “Os bancos pesquisados respondem por 91% dos
ativos, o que significa que ainda há espaço para a exploração de produtos e serviços nesses meios digitais”, disse.
Para atender essa demanda crescente, os bancos têm investido mais em tecnologia, segundo Fosse. “Os bancos destinam cerca de 10% de seus investimentos para as áreas de tecnologia da informação e segurança”, disse. “O mobile banking é um canal muito seguro, mas os bancos vão continuar investindo em pesquisas e soluções.”
No ano passado, as principais operações realizadas no mobile foram transferências bancárias, pagamentos de contas e consultas de saldo.
Fonte: Folha de São Paulo