Unimeds são as principais punidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
Tanto que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu ontem a comercialização de 111 convênios de 47 operadoras, 31 delas reincidentes nos abusos. As Unimeds são as principais punidas. Outros 122 planos conseguiram reduzir os índices de reclamações e voltaram à ativa, incluindo a Geap Autogestão em Saúde, que poderá, agora, vender, integralmente, o superplano dos servidores negociado com o governo federal.
Dois dos cinco convênios da Geap estavam suspensos, o GeapFamília e o GeapSaúde II, devido ao elevado nível de queixas dos usuários, por causa da má prestação de serviços. Assim, os acordos da operadora com 114 órgãos do Executivo estavam prejudicados. A liberação, pela ANS, ocorreu a despeito de a empresa ainda estar passando por um amplo plano de recuperação financeira. A situação estava tão crítica que a agência foi obrigada a intervir na Geap e a decretar direção fiscal por seis meses.
Segundo a ANS, a suspensão dos planos anunciada ontem começará a valer a partir de sexta-feira e durará três meses. Ao todo, os convênios problemáticos detêm 1,8 milhão de beneficiários, que esperam pela melhoria no atendimento. Caso as operadoras não se mostrem preparada para atender a rede cadastrada, serão suspensas novamente por mais um trimestre. A prevalecer a deterioração do quadro, as empresas ficarão sujeitas à intervenção do órgão regulador, como aconteceu com a Geap.
Apenas entre agosto e dezembro do ano passado, período analisado pela ANS para determinar o atual ciclo de suspensões, foram registradas 17.599 queixas contra 523 planos de saúde, uma alta de 16% em relação ao trimestre anterior. Mas o aumento do número de reclamações não nos assusta. Pelo contrário. Significa a ampliação do canal aberto entre a agência e os beneficiários, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
O presidente da ANS, André Longo, disse que a ouvidoria da agência tem se consolidado como um instrumento de proteção aos consumidores. Já somos a principal referência quando se trata de problemas com planos de saúde. Temos mais reclamações do que todos os Procons cadastrados, assegurou.
Por meio de nota, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) destacou que o sistema de monitoramento da ANS é falho, pois só leva em consideração as reclamações recebidas pela reguladora e não inclui as queixas aos Procons. Um ponto crítico da fiscalização é sua passividade, destacou. No entender do Idec, a ANS deveria ser mais ativa, articulada com os órgãos de defesa do consumidor, como os Procons e as Defensorias Públicas, para que as sanções aos convênios fossem mais amplas, não ficassem aquém da realidade.
Fonte: http://www.rondonoticias.com.br