Unibanco não está à venda`, garante vice-presidente
Crescem boatos sobre interesse do HSBC, mas a instituição `não comenta rumores`. O Unibanco, terceiro maior banco privado brasileiro, com ativos de R$ 173,8 bilhões em dezembro de 2005, não está à venda e nem vem sendo assediado. A afirmação foi feita ontem à Gazeta Mercantil por Lucas Melo, vice-presidente de relações institucionais do banco. Não recebemos nenhuma proposta`, disse.
Este jornal procurou o Unibanco devido a fortes rumores que vêm circulando no mercado há cerca de duas semanas, sobre uma eventual negociação para venda da instituição. O principal candidato à compra seria o HSBC.
Melo, contudo, afirma que a tendência recente verificada no Brasil é a oposta, ou seja, bancos nacionais comprando estrangeiros, como fez nesta semana o Itaú, que adquiriu o BankBoston do Bank of America, por 68,5 milhões de ações (ou 5,8% do seu capital total); e o Bradesco, que comprou a operação local da bandeira de cartões de crédito American Express, em 20 de março, por R$ 1 bilhão. O próprio Unibanco comprou o italiano BNL Brasil em junho de 2004, por um bilhão de Units (recibo de ação composto por uma preferencial do Unibanco e uma preferencial da Unibanco Holdings), dando ao BNL italiano 1,43% do seu capital.
Melo também rebate análises que, segundo ele, vêm sendo veiculadas erroneamente na imprensa apontando uma desvantagem do Unibanco em relação aos principais concorrentes – Bradesco e Itaú – como comprador de ativos no mercado. O executivo informa que o Unibanco tem hoje 54% do seu capital em ações ordinárias e 46% em preferenciais. `A regra do Banco Central obriga os bancos a ter no máximo 50% de preferenciais`, explica. `Ou seja, podemos emitir mais preferenciais se quisermos usá-las como moeda de troca na compra de algum banco, como fez o Itaú`, diz o vice-presidente.
Na sua opinião, um dos motivos pelos quais o Unibanco é freqüentemente alvo de rumores como este é o perfil discreto na divulgação dos negócios que fecha, e que vêm alavancando seu crescimento. Melo lembra que, além do BNL, em 2004 o banco também comprou o Hipercard – e segundo ele hoje é o principal parceiro do Wal-Mart no Brasil, como também da redes BomPreço e Sonae, esta última parceria fechada em 2005. Também no ano passado, o Unibanco comprou a participação acionária do Grupo Verdi no Banco Dibens, ampliando assim a sua participação a 100% – transação avaliada na época em R$ 128,25 milhões.
Fonte: Gazeta Mercantil