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Unibanco AIG fica com os seguros da Petrobras

Altamiro Silva Júnior e Janes Rocha
A seguradora Unibanco AIG ganhou a licitação da Petrobras e fará os principais seguros da estatal, informa Ney Dias, diretor executivo responsável pela parte de risco industrial da seguradora. Os ativos segurados são avaliados em US$ 46 bilhões.
O contrato envolve quatro apólices: riscos operacionais (as refinarias e plataformas), riscos de petróleo (incluem as plataformas marítimas), transporte de carga nacional e internacional e Responsabilidade Civil (RC), que cobre os riscos de danos que a estatal possa causar a terceiros.
A importância segurada de RC é de US$ 200 milhões. A apólice de RC já estava com a Unibanco AIG no ano passado e foi renovada. Já as outras estavam com outras seguradoras do mercado, como a Seguros e a SulAmérica.
O prêmio total que a Petrobras vai desembolsar pelo contrato anual é de US$ 43 milhões. O valor é praticamente igual ao contrato do ano passado. Mas Dias avalia que a empresa fez um bom negócio, porque a tendência era que ela desembolsasse muito mais. Por conta dos furacões que atingiram a costa dos Estados Unidos, incluindo o Katrina, que arrastou e afundou plataformas de petróleo americanas no Golfo do México, causando grandes perdas para o mercado segurador e ressegurador internacional, as taxas dos seguros do segmento subiram. Como a Petrobras está em uma área não sujeita a catástrofes deste tipo, a estatal acabou conseguindo melhores taxas. `A tendência era ter um aumento. Só de ter mantido o preço, já é uma conquista (para a estatal)`, disse Ney Dias.
Além disso, o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos desviou recursos dos investidores e das próprias resseguradoras para os títulos públicos americanos, diminuindo a capacidade de retenção do mercado ressegurador. `O dinheiro fica mais caro`, avalia.
O contrato envolve só as operações domésticas da Petrobras. Toda a atividade internacional da petroleira é segurada no exterior, inclusive as refinarias que pertenciam à estatal e foram nacionalizadas na Bolívia.
No contrato da Unibanco AIG, a apólice de transportes se divide em quatro outras e cobre até o limite de US$ 100 milhões para cada embarque de carga da Petrobras. No total, a estatal deve movimentar US$ 84 bilhões em cargas nos próximos 12 meses.
Já a apólice de risco operacionais envolve a cobertura de risco de US$ 1 bilhão off-shore (que para a estatal são as plataformas marítimas) e US$ 600 milhões on-shore (as refinarias localizadas em solo brasileiro).
Toda a operação foi coordenada pela própria Petrobras, com assessoria da corretora Willys. Usando a possibilidade da Circular 11, do IRB – Brasil Re, a estatal que detém o monopólio do resseguro no país, a própria Petrobras levantou as cotações e negociou o contrato com as resseguradoras internacionais.
Com a operação aprovada pelo IRB, a empresa abriu a licitação para o mercado interno, que ficou com 30% do risco (no caso das plataformas). O restante foi colocado lá fora. No caso dos transportes marítimos de carga, foi o inverso: 80% do risco ficou aqui.[1]
A AIG tem 20% do mercado de grandes riscos no Brasil, a líder do mercado. Com o contrato da Petrobras, a expectativa é aumentar ainda mais a participação.

Fonte: Valor

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