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Um ano após tsunami, Japão ainda lida com montanhas de entulho

Há quase um ano do terremoto seguido de tsunami que devastou o Japão, um dos principais desafios da reconstrução do país tem sido lidar com o entulho deixado no rastro da tragédia.
As autoridades conseguiram limpar as ruas e restabelecer as condições mínimas de vida da população nos centros urbanos das províncias mais afetadas, as de Iwate, Miyagi e Fukushima.
Segundo uma estimativa divulgada pelo governo, essas províncias produziram um total de 23 milhões de toneladas de entulho, e, até o momento, foram processados apenas 5% do material recolhido.
O entulho foi aglomerado em parques, campos de beisebol, pátios de escolas destruídas e outros espaços públicos. Carros e barcos destruídos também esperam um fim.
11 anos de lixo
O resíduo gerado em Iwate, por exemplo, equivale a 11 anos de lixo produzido pela província. Já Miyagi tem um total de entulho equivalente a 19 anos.
Saldo do desastre
Mortos – 15.848
Desaparecidos – 3.205
Pessoas que perderam suas casas – cerca de 320 mil
Pessoas em abrigos temporários – mais de 270 mil
Entulho acumulado – 23 milhões de toneladas
Custo para eliminação do resíduo – R$ 16,4 bilhões
O custo estimado de eliminação destes resíduos passa dos R$ 16,4 bilhões.
Para piorar o cenário, outras províncias se recusam a receber o material, com medo de que o entulho possa estar contaminado com resíduos da usina nuclear de Fukushima.
Por enquanto, apenas Tóquio e Yamagata estão colaborando.
No Japão, grande parte do lixo é reciclada ou incinerada, em centros de processamento. Uma pequena parte apenas é depositada em aterros sanitários, prática pouco usada no país por causa da falta de espaço físico.
O país também exporta alguns dejetos para outros países asiáticos. Mas, no caso do entulho acumulado na região nordeste do país, o medo da contaminação nuclear tem anulado qualquer tipo de ajuda.
Segundo cálculos do governo japonês, a eliminação total de todo o resíduo gerado pelo tsunami deve se estender até março de 2014.
 
Barcos quebrados esperam por um fim nos portos, também destruídos, das cidades japonesas
“Mas será extremamente difícil cumprir essa meta se o processo continuar nesse ritmo tão lento”, criticou o ministro do Meio Ambiente, Goshi Hosono.
Buscas
No próximo domingo, dia 11, o Japão lembrará um ano do maior terremoto da história do país, seguido de um tsunami e de uma crise nuclear.
A tripla tragédia, segundo dados da polícia japonesa, deixou um saldo de 15.853 pessoas mortas – maior perda de vida num desastre desde a Segunda Guerra Mundial no país – e 3.283 foram dadas como desaparecidas, totalizando 19.136.
A busca pelos corpos, principalmente no mar, ainda continua.
Cerimônias especiais estão programadas durante toda esta semana e o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, pediu à população que faça um minuto de silêncio às 14h46 locais no próximo dia 11, horário exato que o grande terremoto atingiu o país.
 
Japão realizará série de cerimônias para lembrar mais de 19 mil mortos ou desaparecidos
Os canais de tevê, jornais e revistas trazem também especiais que recontam histórias e mostram o que mudou neste um ano após a tragédia que comoveu o mundo.
Lentidão
Reconstruir as cidades tem sido o maior desafio do governo japonês após a tragédia. A partir deste mês, os cofres públicos começam a liberar a primeira rodada de subsídios para as sete províncias e 59 municípios diretamente afetados pelo terremoto/tsunami.
São cerca de R$ 5,3 bilhões que devem ser aplicados na remoção de famílias para áreas mais elevadas e reconstrução de prédios públicos, como escolas, postos de saúde e portos.
No entanto, essa reconstrução caminha em ritmo muito lento e o problema não é só financeiro.
As autoridades conseguiram limpar as ruas e restabelecer as condições mínimas de vida da população.
 

Fonte: BBC NOTICIAS

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