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UE já salvou 4 instituições e tem outras na zona de risco

A crise do sistema financeiro internacional atingiu em cheio a Europa. Governos do Reino Unido, da Alemanha, da Bélgica, da Holanda, de Luxemburgo e da Dinamarca já anunciaram nacionalizações ou intervenções bilionárias no mercado para conter falências de quatro bancos e seguradoras nos últimos cinco dias. Em Bruxelas, depois do Fortis, o banco de investimentos Dexia, 10º maior do mundo em 2007, está ameaçado de insolvência.
O aprofundamento da crise no continente levou o Banco Central Europeu (BCE) a anunciar a injeção de € 120 bilhões com o objetivo de melhorar a liquidez de crédito, mas sem impedir a queda das bolsas em toda a região. Ao todo, seis países já anunciaram algum tipo de intervenção no sistema bancário, mas o número pode aumentar ainda hoje.
No domingo, Bélgica, Holanda e Luxemburgo haviam anunciado um plano de € 11,2 bilhões para adquirir mais 49% das ações e estatizar o Banco Fortis. Ontem, quem entrou no olho do ciclone foi o banco de investimentos Dexia, líder mundial em financiamento do setor público – segundo ranking de receita líquida da Revista Fortune. Sua filial americana, FSA, especializada em operações de securitização de crédito, foi duramente atingida pela crise dos imobiliária do subprime em 2007. Envolvido pelo turbilhão, o grupo assiste à derrocada do preço de suas ações, que ontem caíam 28,50% na Bolsa de Paris e 30% na Bolsa de Bruxelas. Os governos belga e francês vieram a público anunciar a disposição conjunta de intervir para evitar a falência do banco. “O governo francês assumirá suas responsabilidades como acionista”, disse a ministra da Economia, Christine Lagarde. Seu homólogo belga, Didier Reynders, informou que dará à instituição “as mesmas garantias de que ninguém ficará à beira da estrada, em dificuldades”.
A onda de intervenções também atingiu o norte da Europa. No Reino Unido, o primeiro-ministro, Gordon Brown, confirmou a nacionalização dos ativos de mais alto risco do Banco Bradford & Bingley, uma operação de 51,45 bilhões. A carteira de depósitos e 200 agências do grupo serão absorvidas pelo banco espanhol Santander, que pagará 773 milhões.
Na Alemanha, o Banco Hypo Real Estate escapou da falência graças à injeção de 35 bilhões em crédito garantido pelo Estado. E na Dinamarca o Banco de Roskilde foi absorvido pelo sueco Nordea AB e pelos dinamarqueses Spar Nord e Arbejdernes Landsbank, após intervenção do Banco Central local.
“Grandes incertezas estão minando a confiança do mercado quanto à liquidez das instituições. Mas é preciso ressaltar que não há uma crise européia, mas uma extensão do que se passa nos Estados Unidos”, disse, ao Estado, Etienne de Callatay, economista-chefe do banco belga Degroof e professor da Universidade Livre de Bruxelas. “O Fortis havia pago caro demais (€ 24 bilhões) pelo ABN Amro, é verdade, mas enfrentava a crise do subprime. O Dexia foi contagiado pelo envolvimento do FSA com subprime nos EUA, mesma situação do Hypo Real Estate e do Bradford & Bingley.”
O contágio da crise bancária, que, por hora, poupa França, Itália e Espanha, levou a Federação dos Bancos Europeus (FBE) a emitir uma nota na qual reconhece que a “economia mundial enfrenta uma crise sem precedentes”, mas afirma, otimista: “O sistema bancário europeu ultrapassará a tempestade que agita atualmente os mercados”. Diante do aprofundamento da crise, o Banco Central Europeu anunciou a injeção de € 120 bilhões para melhorar a liquidez do mercado de crédito, que, de acordo com analistas, se aproxima da penúria.
NÚMEROS
€120 bilhões foi quanto o Banco Central Europeu injetou no mercado até hoje para dar liquidez ao mercado € 11,2 bilhões foi quanto custou o salvamento do Banco Fortis € 51 bilhões foi o gasto do governo britânico no salvamento do Bradford & Bingley

Fonte: O Estado de São Paulo

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