Transamerica Re busca parceria para criar produtos
Algumas resseguradoras internacionais estão dispostas a formar parcerias com
empresas nacionais para desenvolver novos produtos, voltados para a
realidade do mercado interno. É o caso da Transamerica-Re, que acaba de
inaugurar escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo. – O Brasil precisa
de um ressegurador com idéia de parceria, não com idéias preconcebidas.
Pretendemos desenvolver juntos os produtos, de acordo com as necessidades do
consumidor brasileiro. É importante ouvir as pessoas e saber o que elas
efetivamente precisam – comenta o diretor regional para América Latina da
empresa, Rodolfo Wehrhahn.
A holandesa Transamerica Re, que tem forte atuação no segmento de pessoas,
aposta no potencial do Brasil, tanto que seu alto comando veio prestigiar a
inauguração de suas representações, semana passada, no Rio de Janeiro. O
presidente da empresa no Brasil, Ronald Kaufmann assinala que “há muitos
anos os principais executivos da organização têm marcado presença no mercado
para estabelecer parcerias reais com as seguradoras e com o IRB Brasil Re.
– A abertura dos escritórios demonstra a nossa crença no potencial da
indústria brasileira nos seguros de vida e previdência. Acreditamos na
capacidade gerencial e na governança corporativa do setor. Estamos
dispostos, juntos com vocês, a enfrentar desafios – complementa Ronald
Kaufmann.
A Transamerica Re, segundo ele, está capacitada e preparada para se tornar a
principal parceira do mercado brasileiro. A empresa estima que o mercado de
resseguros dobre de tamanho no próximos dois anos.
Setor teme desvio de rumo no IRB
A saída de Marcos de Barros Lisboa da presidência do IRB Brasil Re, vista
como certa, causa apreensão no mercado, em torno da continuidade do trabalho
executado pela diretoria da estatal. Embora a crença não seja em uma mudança
radical de rumo, acredita-se na hipótese de que haverá mexidas na linha de
ação, possibilidade que pode ensejar algum risco de retrocesso. Teme-se, por
exemplo, que haja uma reviravolta na política que libera seguradoras e
brokers de cotarem as operações de resseguro diretamente no exterior. E
pior, que o processo de abertura do mercado ressegurador sofra algum revés,
que postergue, mais uma vez, o regulamento da quebra do monopólio.
O clima é de incertezas, enquanto a troca de comando não se consuma, já que
toda a diretoria ter colocou seus cargos à disposição do novo ministro da
Fazenda, Guido Mantega. No jogo da sucessão no IRB, uma parcela do mercado
acompanha com interesse o destino do vice-presidente da estatal, Alberto de
Almeida Pais, cotado para suceder Marcos Lisboa, desde que surgiram os
comentários sobre sua saída. Para muitos seguradores, a ascensão de Alberto
Pais seria uma garantia de continuidade da atual política da resseguradora.
O problema é que seu nome foi patrocinado em um ambiente ainda sob julgo do
hoje ex-ministro Antonio Palocci. Nesse mesmo ambiente, parcela dos
funcionários do IRB também apostava, como ainda aposta, na permanência de
outros dois diretores: Vandro Cruz (Diretoria Institucional) e Francisco
Aldenor (Diretoria de Riscos e Sinistros), técnicos de carreira. Para ambos
os casos, a grande diferença é que o cenário hoje é outro, com a mudança de
ministro na Fazenda.
Fonte: Jornal do Commercio