Trabalho híbrido faz a 5ª feira virar o dia de escritório cheio
As sextas não são mais as mesmas. Quem trabalha nos principais polos empresariais de São Paulo se acostumou a um novo padrão: a nova morada do fervo é a quinta-feira. Do trânsito nas ruas pela manhã até os bares lotados à noite, é notável como o comportamento de ir ao escritório mudou desde o retorno ao trabalho presencial, após as flexibilizações de protocolos da pandemia de Covid.
Em um novo momento, mais recente, as empresas apertaram o cerco e passaram a requisitar a presença dos funcionários em mais dias da semana. Isso reforçou o conceito da semana de deputado, com preferência por dar as caras às terças, quartas e quintas-feiras.
Os números já comprovam a tese: a plataforma de gestão de escritórios Deskbee identificou um aumento total de quase 50% nas reservas de estações de trabalho no primeiro semestre de 2023 contra o mesmo período de 2022, de uma base de mais de 350 mil usuários.
Hoje, é preciso reservar uma mesa para trabalhar em boa parte das grandes empresas, principalmente as que reduziram o tamanho dos escritórios durante a pandemia.
O mesmo vale para as salas de reunião, que tiveram aumento de 70% no mesmo período. E mais: 65% das reservas são feitas para quartas e quintas-feiras.
No contexto atual, do modelo híbrido, o escritório passou a servir para atividades colaborativas e de interação entre as equipes, como brainstorms, networking e momentos de conexão. Mário Verdi, CEO da Deskbee.
Não custa ressaltar que a realidade do trabalho híbrido é um privilégio de funcionários qualificados. Mas o executivo complementa que o home office, que foi a única alternativa para boa parte dos trabalhadores nos dias de isolamento social, serve agora para momentos de concentração e tarefas isoladas.
A questão é que as empresas passaram a notar queda de produtividade no corpo de funcionários e têm pedido retorno ao escritório. E o novo desafio de conciliar o anseio do profissional com a vontade da empresa é feito no fio da navalha.
Fonte: NULL