Titular da Susep destaca papel essencial do corretor de seguros
O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) recebeu o superintendente da Susep, Alexandre Camillo, no almoço com a presença de associados, realizado no dia 8 de novembro, no Buffet Fiorello, em São Paulo (SP). O mentor do CCS-SP, Álvaro Fonseca, manifestou seu contentamento por compor a mesa ao lado de dois ex-mentores, Camillo e Boris Ber, atual presidente do Sincor-SP. Esta mesa é a prova de que o Clube é um celeiro de lideranças, disse.
Boris Ber concordou com o mentor e cumprimentou Camillo por sua atuação. A Susep vive um novo momento e meu desejo é que continue como está, disse.
Camillo, que veio acompanhado do diretor José Nagano e do chefe de gabinete Walter Nagao, além da assessora de imprensa Thaís Ruco, agradeceu a contribuição dos corretores ao longo de sua jornada. Só estou aqui porque vocês me permitiram, disse.
Camillo lembrou das mudanças regulatórias que exigiram readaptação do mercado, iniciadas a partir da edição do Decreto 10.139/2019 do Poder Executivo, que determinou a revisão do estoque regulatório. Na Susep, o revisaço revisitou 730 normas, facilitando a supervisão e alterando o papel da autarquia de prescritivo para principiológico. As regras ficaram diminutas, porém, mais abrangentes e flexíveis, disse.
Camillo observou, no entanto, que muitos do mercado ainda não perceberam as mudanças. Não existem mais regras engessadas por parte da autarquia. A simplificação e flexibilização das normas tornam o momento único para o mercado, visando implementar o seguro e atender as necessidades do cliente, disse.
Em seguida, ele comentou os avanços na sustentabilidade em seguros a partir dos novos requisitos da Circular Susep 666, publicada em junho. Dentre as questões que afetam diretamente a categoria, o superintendente citou o retorno do cadastramento de corretores para os Sincors, por meio da Fenacor. Era uma pendência do passado que foi superada, disse.
Outra questão superada em sua gestão foi a viabilização da aderência do setor ao Open Insurance. Para tanto, segundo Camillo, foram corrigidos alguns pontos da Resolução CNSP 415/2021, extinta pela Resolução CNSP 450, publicada em outubro.
Open Insurance
A nova resolução inclui a possibilidade de o corretor de seguros se inserir no processo. Se não formos aderentes ao processo como vamos levar para o consumidor, uma vez que o avanço carece do consentimento dele?, disse.
Dentre as mudanças promovidas no Open Insurance, Camillo destacou quatro pontos vitais. Um deles foi a flexibilização das regras que incluem os grandes riscos. O Open Insurance está direcionado ao varejo. Então, superamos essa parte dos grandes riscos, disse. Outro ponto vital era a questão de dados eletrônicos embarcados. Havia a discussão se cabia ao cliente permitir ou não o trânsito de dados e também se as seguradoras dispunham de inteligência de dados, pois o risco era ocorrer uma assimetria. Então, retiramos, disse.
Já em relação ao prazo de implementação, ele informou que também houve alteração, com a prorrogação por mais quatro meses. Por fim, uma das principais mudanças foi a substituição da SISS (Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro) pela plataforma SPOC (Sociedade Processadora de Ordem do Cliente). Camillo ressaltou que era permitido às SISS representar o cliente na coleta de dados e, mais do que isso, até obter a devolutiva da seguradora, fazer a oferta ao segurado e atender endossos e sinistros. Entendam o impacto que teria para vocês, disse ele aos corretores.
Já a SPOC terá a função especifica de apenas transmitir os dados. Outra novidade anunciada foi a instalação da IMS (Iniciativas do Mercado de Seguros), que é composta por nove órgãos representantes do governo. Segundo Camillo, a IMS analisou 31 temas que foram depurados em cinco. É um momento de alegria porque é a primeira vez que o governo tem esse olhar para o seguro, disse.
Ainda no campo das novidades, ele citou a Lei 14.430, publicada em agosto, que estabelece o marco legal da securitização. A nova lei cria as Letras de Risco de Seguro (LRSs) a serem emitidas por Sociedades Seguradoras de Propósito Específico (SSPEs) para financiamento e transferência de riscos de seguros e resseguros a investidores do mercado de capitais. Significa que haverá dinheiro de investidores para garantir operações específicas, o que pode vir ao encontro de contratos de riscos complexos. Trata-se de um marco na história do seguro, uma nova página, que traz apetite para aceitação de riscos, afirmou.
Corretor essencial
O mentor do CCS-SP, Álvaro Fonseca, agradeceu o trabalho de Camillo em prol do mercado e, em seguida, o questionou se, hoje, a Susep valoriza o corretor. O corretor é muito mais do acha que é, disse Camillo, acrescentando que este profissional é fundamental no ecossistema de seguros, mas, às vezes, não se dá conta disso. Para ele, é uma questão de saber se posicionar. No encerramento do evento, o mentor e o secretário Marco Cabral entregaram uma placa de homenagem para Camillo. É uma justa homenagem do Clube a você, que foi secretário e, depois, mentor, disse Álvaro Fonseca.
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