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Tecnologia é aposta do setor de seguros para expansão

Segundo especialistas e executivos do mercado, a indústria de TI auxilia na ampliação dos negócios na medida em que agiliza o serviço, a venda e reduz custos
São Paulo
A perspectiva para o mercado segurador está na expansão de 12,8% em 2012, para o total de R$ 246,86 bilhões em prêmios. Segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), a indústria de tecnologia da informação (TI) será um importante suporte para este crescimento, no sentido de redução de custos, popularização das apólices e incremento da oferta de produtos para os consumidores. A SulAmérica, por exemplo, investe no cloud computing, já a JMalucelli inicia a comercialização on-line de seguro garantia.
Roberto Almeida, presidente da comissão de TI da CNSeg, explica que há a necessidade entre as companhias de seguros de estarem atualizadas para terem produtos competitivos. “A ansiedade dos clientes exige produtos em tempo real e as seguradoras precisam melhorar a infraestrutura para que o sistema não caia. Toda a parte de sinistro por exemplo, não pode estar fora de um sistema robusto sete dias por semana e 24 horas no ar”.
Durante o ano de 2012, os investimentos das empresas brasileiras em tecnologia devem somar quase R$ 64,6 bilhões, alta de 9% na comparação com 2011, segundo pesquisa do Instituto Sem Fronteiras (ISF). “As seguradoras são iguais às outras companhias. O diferencial é que precisam oferecer em tempo real tecnologia moderna e robusta”, diz Almeida.
O executivo da CNSeg ressalta ainda que o maior desafio atual está em oferecer produtos para todas as classes sociais. “No caso do microsseguro tem que ter ferramentas baratas e a tecnologia compartilhada entre as seguradoras garante o baixo preço”, afirma o presidente da comissão de TI da CNSeg.
O diretor de TI da SulAmérica Seguros, Cristiano Barbieri, detalha que o uso de tecnologia funciona como potencializador dos negócios. “A forma como compramos tecnologia hoje vai fazer diferença no futuro. Quem não tiver, principalmente o cloud computing, vai ter dificuldades para reduzir custos e manter a competitividade”.
O cloud computing, no qual o diretor se refere, consiste em uma plataforma de computação em nuvem para o armazenamento de dados por meio da Internet, que podem ser compartilhados. A SulAmérica utiliza a ferramenta Google Apps nas operações. Segundo Barbieri, no primeiro momento o projeto contempla mudanças na comunicação interna e na colaboração departamental entre os funcionários. “No médio prazo, queremos ajudar a companhia a fazer mais negócios facilitando a vida do corretor de seguros, que poderão fazer cotação e contratação de seguros integrada à essa plataforma”.
Para o projeto, a companhia investirá R$ 3,8 milhões em cinco anos, mas o diretor revela que se fossem realizados gastos tradicionais com infraestrutura, suporte técnico e atualização de software o valor chegaria a R$ 10 milhões. “Deixa de gastar cerca de R$ 6 milhões do que seria investido em uma solução tradicional”.
Além do Google Apps, Barbieri conta que a SulAmérica desenvolve diversas ações, como o business analytics, utilizado na gestão avançada de investimentos; e a modernização da plataforma de atendimento e pagamento de sinistros. “Na terceira linha temos o canal de dispositivos móveis inteligentes, onde o corretor e o cliente podem consultar pelo smartphone as informações que teriam acesso de um computador. Queremos oferecer um serviço onde ele estiver”.
Com 35% de participação de mercado em seguro garantia (market share, na sigla em inglês), a JMalucelli lança ainda neste semestre plataforma para corretores de venda de apólices pela internet. O vice-presidente do grupo, Alexandre Malucelli, diz que o produto será uma ferramenta para os corretores, que poderão pela web consultar limites, sinistros e pedir a emissão do contrato. “Temos a pretensão de fazer pela Internet cerca de 28% ou 30% das vendas do seguro garantia”.
A CesceBrasil, que tem 6,5% de participação no ramo de seguro garantia, também realiza aportes neste ano no setor de tecnologia. “Temos o Portal do Corretor e novas ferramentas de análise de risco para dar robustez e agilidade. O corretor pode cadastrar o cliente e obter respaldo do limite liberado, que em até um minuto será entregue”. A CesceBrasil atingiu R$ 47 milhões em prêmios em seguro garantia no ano passado, o que corresponde a um crescimento de 27%, enquanto o mercado avançou 15%, para R$ 703,7 milhões, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Ao ser questionado sobre os perfis de produtos mais adequados para a venda on-line, o presidente da comissão de TI da CNSeg, Roberto Almeida, afirma que todos podem ser comercializados de acordo com a regulamentação da Susep. No entanto, alguns precisam da presença física, como as apólices de proteção aos automóveis, que devem ser vendidas após vistoria do veículo.

Fonte: Panorama Brasil

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