Swiss Re lança no Brasil a Subscrição Preditiva
Uma novidade na área de subscrição de riscos para o ramo de pessoas foi apresentada pela Swiss Re, em “Café da Manhã” promovido pelo CVG-SP, na última quarta-feira, 17 de outubro, no Braston Hotel, em São Paulo (SP). Trata-se da subscrição preditiva, um modelo de negócio que utiliza a inteligência de dados para direcionar a subscrição de riscos no seguro de vida ao seu potencial público consumidor, de forma mais objetiva, ágil e eficaz. A inteligência de dados não é uma novidade em outras áreas. Nos Estados Unidos, redes de supermercados utilizam sistemas que reconhecem os padrões de consumo dos clientes e organizam essas informações para a remessa de cupons de descontos de acordo com a preferência por produtos. Na internet, sites como o YouTube e iTunes recomendam vídeos ou músicas baseados no histórico de download do usuário. Um site de namoro on-line também usa um algoritmo para sugerir possíveis parceiros, com base nas preferências e comportamento do pretendente na rede. No seguro, entretanto, o uso da inteligência de dados ainda é pouco difundido. A pioneira nessa área é a Swiss Re, segundo Paul Hately, diretor Global de subscrição de Vida e Saúde, que veio ao Brasil especialmente para apresentar o predictive underwriting. Ele contou que o produto foi implantado em duas seguradoras inglesas, resultando em aumento significativo da aceitação de riscos na carteira de vida. De acordo com Hately, a subscrição preditiva é realizada a partir da análise de bancos de dados, dos quais são cruzadas e filtradas as informações que fornecem o perfil do cliente. No caso das seguradoras ligadas a bancos, por exemplo, para as quais a subscrição preditiva é mais indicada, os dados dos correntistas são cruzados e filtrados para selecionar o perfil do grupo com maior probabilidade de adquirir seguro de vida. Esse perfil é estabelecido com base na correlação de fatores que indiquem o estado de saúde do cliente. Entre os dados dos correntistas que podem ser usados para compor o perfil do potencial consumidor de seguros está a quantidade mensal de transações em terminais de autoatendimento (ATM), que são correlacionados também com a idade, volume médio de saques, tipo de cartão de crédito etc. Partindo desse exemplo e considerando que o Brasil já contabiliza 98 milhões de contas correntes ativas, Hately calcula um grande campo a ser explorado com o uso da subscrição preditiva. Hernán Fatone, diretor de Subscrição de Seguros de Vida e Saúde da Swiss Re, que dividiu a apresentação da palestra com Hately, explicou que durante a subscrição de riscos preditiva, em alguns casos, basta uma pergunta ao cliente para que seja oferecida uma cobertura pré-aprovada. “Ao invés de questioná-lo sobre doenças, basta perguntar a ele se consultou algum médico nos últimos 12 meses”, disse. De acordo com Fatone, na América Latina, o Brasil e o México são dois mercados com muito potencial para a implantação da subscrição preditiva. Sua previsão é que em pouco mais de dois anos, o sistema esteja em funcionamento no país. Mudança de regras Não por acaso, Hately nomeou sua palestra como “Mudanças nas regras do jogo em subscrição e distribuição de seguros de Vida”. Segundo ele, no atual estágio de evolução, os mercados de seguros demandam cada vez mais soluções que tornem seus produtos fáceis de comprar e de vender. Mas, no ramo de pessoas, Hately observa que a subscrição de riscos tem sido uma barreira para o aumento de venda dos produtos, porque, entre outros motivos, aplica longos questionários aos clientes para identificar seu estado de saúde e, às vezes, ainda solicita exames médicos. Ele afirma que a subscrição preditiva pode provocar uma “mudança de jogo” no ramo de pessoas por agilizar o processo. Ao indicar o perfil do cliente em melhor estado de saúde, o sistema elimina diversas perguntas do questionário. “As técnicas preditivas permitem que se faça uma triagem antes da subscrição, evitando dispendiosos testes médicos para pessoas saudáveis”, disse. Hately comentou, ainda, sobre as mudanças de regras na subscrição de riscos do mercado de seguros europeu, a partir da decisão da Corte de Justiça Europeia, que determinou o fim da aplicação de taxas diferenciadas por gênero. Com a medida, a partir de 21 de dezembro próximo, os seguros para homens e mulheres não poderão ter diferenças de preços. A estimativa, segundo Hately, é que haja um aumento de cerca de 20% nos preços dos seguros de vida. A mudança de regras também está aumentando o temor por parte das seguradoras quanto a intervenção da justiça sobre outros critérios de subscrição de riscos baseados em idade, saúde, peso, altura, ocupação etc., que possam ser vistos como discriminatórios. Registro O evento contou com as presenças da presidente da Swiss Re Brasil, Margo Black, e do vice-presidente, André Azevedo. Entre as autoridades, o presidente da Associação Internacional de Direito do Seguro (AIDA), Marcio Malfatti, prestigiou o evento. Fotos: 1-Paul Hately, Osmar Bertacini (CVG-SP) e Hernán Fatone/2-Hately/3-Margo Black/4-Andre Azevedo/5-plateia Para ver todas as fotos e acessar a apresentação do palestrante, clique em “saiba mais”.
Fonte: Segs.com.br
