Susep quer política nacional de acesso ao seguro
Precisamos de uma política nacional de acesso ao seguro. Esse é um dos grandes desafios regulatórios para a Susep. A afirmação foi feita pelo superintendente da autarquia, Alessandro Octaviani, ao participar do painel O Impacto da Transformação Digital no Desenvolvimento do Setor de Seguros, no segundo dia da Fides Rio 2023, que está sendo realizada no Rio de Janeiro. O Brasil tem 210 milhões de habitantes, mas poucas pessoas têm seguro, completou.
Segundo ele, outro grande desafio é a necessidade de aprimorar ainda mais a qualidade do que se vende e conectar a poupança popular aos grandes investimentos nacionais. Não se pode vender pastel de vento. O seguro vendido tem que ter qualidade, observou.
Segundo ele, a digitalização do mercado é fundamental para ajudar o setor e o órgão regulador a vencer os desafios.
Além disso, ele enfatizou a importância de se ter uma ambiência digital adequada aos novos tempos Em 10 anos, o mercado terá consumidores que viveram a toda a vida em ambiente digital. O volume de vendas digitais só vai aumentar nos próximos anos. O Open Insurance pode ajudar a impulsionar esse processo, pontuou.
Por fim, ele enfatizou que a contratação por meio digital demanda da Susep a necessidade de observar a conduta do mercado.
Para Octaviani, o SRO (Sistema de Registro de Operações) vai ajudar nesse processo.
Por sua vez, o presidente da Porto, Roberto Santos, frisou que a internet empoderou o consumidor e trouxe a necessidade de mudanças no mercado de seguros, o que foi ampliado com a pandemia. Tivemos que fazer em dois anos o que seria feito em cinco anos. Houve uma evolução não apenas tecnológica, mas também comportamental, disse Santos.
Ele revelou que, na Porto, havia uma preocupação com a reação dos clientes quando se passou a fazer atendimento por meio de chatbots e o resultado foi surpreendente. Fizemos uma pesquisa e a nota dada ao atendimento eletrônico foi bem superior à do modelo tradicional, assinalou.
Já o presidente da BB Seguros, Ulisses Assis, declarou que a transformação digital foi acelerada na companhia e trouxe consequências extremamente positivas. Dobramos os investimentos em TI. A transformação digital melhora a jornada do cliente e do vendedor. Investimentos em dados e temos, hoje, produtos customizados, comercializados de forma rápida e eficiente, comentou.
Segundo ele, praticamente foi criada outra companhia. O volume de receita de prêmios gerada fora do banco, que era inexistente, somou R$ 1 bilhão em 2022 e atingiu R$ 900 milhões no primeiro semestre deste ano. Queremos atingir R$ 2 bilhões em 2023. Então, saímos do zero para R$ 2 bilhões com as alterações feitas, sublinhou o executivo.
O diretor-geral da Allianz Commercial LATAM, David Colmenares, também enfatizou a importância dos investimentos na transformação digital.
Ele ressaltou, contudo, que o mais importante é pensar sempre no cliente em primeiro lugar. Muitas vezes, as empresas pensam primeiro nos processos. Mas, é preciso verificar, antes, se o cliente entende esses processos e se estão percebendo a importância de ter um seguro. Vendemos segurança e o cliente precisa entender isso, afirmou.
Por fim, o diretor Financeiro da BaoTech (Índia), Rajat Sharma, disse que é importante priorizar os três Vs (volume, velocidade e variação) para avançar no processo de transformação digital no mercado de seguros. Se não tiver volume de negócios e rapidez, o negócio digital não funciona. Sem a variação ou customização de produtos também não se consegue avançar, declarou.
Fonte: NULL