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Submarino dobra lucro no segundo trimestre

SÃO PAULO – O aumento do número de pessoas que estão usando a internet para comprar produtos e serviços elevou as vendas trimestrais do varejista on-line Submarino. Entre abril e junho, as vendas brutas da companhia aumentaram 48%, para R$ 189,1 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. ” O maior vetor de crescimento foram as novas pessoas que passaram a comprar on-line ” , diz Martin Escobari, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia. O número de clientes ativos – consumidores que fizeram pelo menos uma compra nos últimos 12 meses – cresceu 47%, para 1,64 milhão de pessoas, num salto muito parecido ao do primeiro trimestre, quando a base aumentou 46%.
Sem excluir eventos não-recorrentes, o lucro líquido do Submarino saltou de R$ 600 mil no segundo trimestre do ano passado para R$ 36,6 milhões neste ano. A companhia observa, no entanto, que sem o impacto desses eventos, os ganhos somaram R$ 19,5 milhões, com um crescimento de 100% sobre o resultado do ano passado. São dois os impactos a ser desconsiderados, explica Escobari: o primeiro, negativo, é o custo da nova oferta de ações feita em abril, de R$ 16,2 milhões. O segundo, de caráter positivo, é o reconhecimento de um crédito de impostos de R$ 33 milhões.
A previsão de Escobari é de que a base de consumidores on-line vai continuar a aumentar nos próximos trimestres. ” Enquanto nos Estados Unidos cerca de 70% dos usuários de internet fazem compras na rede, no Brasil esse número varia entre 10% e 15%. O potencial é muito grande ” , avalia o executivo.
Segundo a consultoria e-bit, no primeiro semestre o comércio eletrônico cresceu 79% no Brasil, movimentando R$ 1,5 bilhão. Os negócios foram impulsionados pelo aumento da base de consumidores. Para o ano, a previsão é de que as vendas cheguem a R$ 4 bilhões.
O comércio eletrônico ainda não envolve a massa de consumidores no Brasil, mas à medida que se mostra eficaz entre as primeiras gerações de clientes – os ” early adopters ” – passa a atrair compradores com perfil mais conservador, diz Escobari. ” O pai ou o avô começam a testar, influenciados pelo filho ou o neto. ”
A competição, no entanto, também fica mais intensa. Para fazer frente à concorrência, o Submarino adquiriu recentemente a Ingresso.com e a Travelweb para atuar, respectivamente, nos segmentos de espetáculos e turismo. Também fechou um acordo com a financeira Cetelem para oferecer empréstimos pessoais on-line.
Os três negócios ainda respondem por uma participação discreta nas vendas – é uma ” sementinha ” , diz Escobari -, mas têm garantido à empresa a possibilidade de entrar em novos segmentos com atendimento diferenciado. Na área financeira, a companhia planeja lançar um cartão de crédito no terceiro trimestre.
Ontem, para reforçar a oferta de itens oferecidos, a empresa colocou no ar mais três categorias de produtos: decoração básica e artigos de segurança para casa, papelaria e vinhos.
Para Escobari, a recente tentativa de compra da Perdigão pela Sadia e a recusa dos acionista da primeira é saudável para o mercado acionário. Como a Perdigão, o Submarino negocia ações no Novo Mercado da Bovespa e não tem um controlador. ” O movimento mostra que uma empresa pode tentar comprar a outra, mas há um preço a ser pago pelo controle ” , diz.
Segundo o executivo, o Submarino não teme ser comprado por uma empresa maior, como a americana Amazon – cuja entrada no país é esperada há algum tempo – mas tomou precauções para evitar que alguém assuma o controle apenas com uma participação minoritária. Pelas regras, se tentar comprar 20% do negócio, o grupo ofertante tem de adquirir a companhia toda. ” Ou a empresa tem controlador ou não tem. O que não pode é uma área cinza ” , diz Escobari. ” Um controle mais ou menos difuso não funciona. ”
(João Luiz Rosa | Valor Econômico)

Fonte: Valor

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