S&P reduz perspectiva de nota de 4 estados e da cidade do Rio
Na esteira da alteração da perspectiva do Brasil, de neutra para negativa, a agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P), em um procedimento de praxe, fez o mesmo com a avaliação do rating de escala global (para emissões em moeda estrangeira) da cidade do Rio e de quatro estados: Rio, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. Na escala nacional (moeda local), a perspectiva da cidade do Rio foi mantida em estável. A agência explicou que a revisão reflete o vínculo estreito dos governos locais com o governo federal.A agência reviu também para negativa a perspectiva de 30 empresas incluindo concessionárias de infraestrutura , 11 bancos e três seguradoras. Assim como ocorreu com o Brasil, não houve alteração da nota (rating). A mudança faz parte da metodologia da agência, em que a avaliação das companhias é revisada tendo como premissa que o ambiente que afeta o rating soberano de um país, em menor ou maior grau, afeta essas empresas.A mudança de perspectiva, de neutra para negativa, ocorreu também em empresas com nota acima da do Brasil. É o caso de AmBev, Globo Comunicação e Participações, Multiplan, Net, Ultrapar e Votorantim (Cimentos e Industrial).Em empresas com nota igual à do risco soberano do Brasil e que já estavam com perspectiva negativa, a S&P não fez alteração. Com isso, Petrobras e Odebrecht, investigadas por corrupção na operação Lava-Jato, mantiveram a avaliação.No caso de Braskem, Comgás, Coelce, Elektro e Taesa, que têm avaliação similar ou abaixo do rating soberano, a perspectiva mudou para negativa.Também passaram para perspectiva negativa Samarco, Ultrapar, Itaipu, Cesp, Duke Energia, Eletrobras e Tractebel. O mesmo foi feito com 11 concessionárias de infraestrutura rodoviária, entre elas a CCR, a Autoban e subsidiárias.Os bancos com a perspectiva em escala global afetada foram Bradesco, Itaú Unibanco Holding, Itaú Unibanco, Citibank, Banco do Brasil, Banrisul, Santander, BNB, BM&FBovespa, BNDES e Caixa. No caso das seguradoras, também em escala global, tiveram a perspectiva alterada Bradesco Seguros, SulAmérica e Allianz.IMPACTO DA CRISEO governo do Estado do Rio informou que a situação financeira reflete a desaceleração da economia, a redução nos preços do petróleo, a diminuição dos royalties e a crise do setor de óleo e gás. Além disso, destacou iniciativas para recuperar as finanças do estado e a redução de custeio, de R$ 1,2 bilhão. Não foram localizados porta-vozes de São Paulo, Santa Catarina e Minas.O secretário de governo da prefeitura do Rio, Pedro Paulo Teixeira, disse que a alteração foi consequência natural, após a revisão da avaliação do país. Teixeira disse que a cidade está em boa situação fiscal: Todo nosso financiamento está contratado. Obras contratadas no prazo. Não teve nenhuma mudança na situação da prefeitura, seja de caixa de dívida ou equilíbrio. Está tudo sob controle.A maior parte das empresas que tiveram a perspectiva revista não comentou ou não tinha porta-voz disponível na quarta-feira. Algumas destacaram que não poderiam comentar o assunto porque estão em período de silêncio antes da divulgação de seus resultados financeiros. Os bancos preferiram não se pronunciar sobre a revisão da perspectiva.O BNDES e a Cesp informaram que a revisão acompanha a mudança de perspectiva de crédito de longo prazo do país pela S&P. O Banco do Nordeste e a Taesa afirmaram que as notas foram preservadas, o que garante o grau de investimento. A Taesa atribuiu a perspectiva negativa a variáveis exógenas à empresa.
Fonte: O Globo