Solvência II deve mudar fluxo de capital das seguradoras
As agências internacionais trazem hoje um relatório do Banco
para Compensações Internacionais (BIS), que revela a redução da oferta de
capital de baixo risco para o sistema financeiro global. Tal mudança é
consequência dos novos padrões contábeis como Solvência II, que exigem que os
fundos de pensão e as seguradoras precifiquem seus ativos mais agressivamente em
relação a seus valores de mercado.
Com ativos superiores a US$ 40 trilhões, seguradoras e fundos de
pensão são considerados os principais investidores instituicionais de longo
prazo, ofertando funding para bancos negociarem crédito com empresas ou
indivíduos ou mesmo na compra de títulos públicos, financiando governos em
projetos de infraestrutura.
A boa notícia é que para esses investidores institucionais
manterem o ritmo atual de financiamento, as instituições que pegam tais recursos
terão de ser mais transparentes e assim ter um peso que compromete menos o
capital baseado em risco das seguradoras e fundos. A regra diz que elas poderão
ampliar o financiamento aos bancos, caso o sistema financeiro tenha uma
regulamentação melhor, diz o relatório do BIS.
Pelas novas regras, as seguradoras poderão usar operações de
hedge, resseguros e securitização para transferir riscos, uma vez que sigam
normas claras, sem brechas, com o objetivo claro de dar mais transparência para
tais mecanismos financeiros e assim evitar uma crise causada por riscos
sistêmicos, como foi o caso da crise financeira de 2008.
Fonte: Viver Seguro