Sobem as vendas e o lucro das seguradoras
As seguradoras mantiveram seus resultados consistentes no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 16% no volume de vendas e de 12% no lucro líquido. As vendas atingiram R$ 20,2 bilhões, sendo R$ 7,7 bilhões com seguros gerais (exceto saúde), R$ 2,8 bilhões com seguro de vida e acidentes pessoais, R$ 7,5 bilhões com planos de previdência e R$ 2 bilhões com a venda de títulos de capitalização.
O lucro das seguradoras totalizou R$ 1,6 bilhão, sendo quase que a totalidade obtida por seguradoras ligadas a bancos. O retorno sobre o patrimônio (ROE) ficou em 22%, abaixo dos 25% registrados no primeiro trimestre de 2007, segundo estudo feito por Flávio Faggion, consultor e sócio da Siscorp Sistemas Corporativos. A Bradesco, Itaú e Caixa lideram o ranking de lucratividade, com quase 70% do lucro total do setor. Entre os dez maiores valores em lucro, seis tiveram queda no ganho.
Ainda na liderança
O VGBL continua sendo o líder de vendas na indústria de seguros, com R$ 5,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 31%. A Bradesco mantém a liderança absoluta, com 38% de market share, seguida pela Itaú, com 28%, e Caixa, com 9%. O seguro de automóvel vem em segundo no quesito vendas, com R$ 3,4 bilhões, crescimento de 9%. O seguro obrigatório DPVAT arrecadou prêmios de R$ 1,56 bilhão, evolução de 25%.
A participação do lucro da Bradesco Seguros e Previdência no resultado do seu controlador chegou a 39%, com R$ 746 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 41%. Considerando-se os efeitos de ganhos e perdas extraordinários, a participação cai, mas ainda é elevada: 35%. Em 2007, o ganho da seguradora representou 29%. As receitas totais evoluíram 8,79% no primeiro trimestre comparado com o mesmo período do ano anterior, para R$ 7,1 bilhões.
Prêmios de seguros, contribuições de previdência e receita com títulos de capitalização somaram R$ 5,3 bilhões até março, evolução de 11,79%, o que dá ao grupo participação de 25%.
Lançamento
As novidades do Bradesco nestes primeiros meses do ano vieram da criação da Bradesco Dental, uma empresa só para seguros odontológicos, e da consolidação das empresas do grupo, uma vez que a Bradesco saiu da Áurea Seguros de Garantia e da SBCE (Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação). Manteve, porém, a participação na resseguradora local IRB Brasil Re, onde é a maior acionista privada, com cerca de 22% do capital.
No Itaú, as operações de seguro, previdência e capitalização registraram lucro líquido de R$ 182 milhões no primeiro trimestre deste ano, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo Osvaldo do Nascimento, diretor responsável pelos segmentos citados.
O resultado representa 9% do ganho do banco. O faturamento com prêmios, contribuições e receita de capitalização somou R$ 2,5 bilhões.
Margem melhor
O executivo destacou a melhora na margem de subscrição do Itaú. “Estamos com mais foco na operação de automóvel, com diferenciação para os correntistas do Itaú. Isso nos ajuda a criar uma base sólida de crescimento ao longo do tempo”, diz. Outro ponto que estimulou o crescimento foi o lançamento de produtos mais voltados para a classe de menor renda, como o residencial e um seguro de socorro para carros. Em previdência, Nascimento aposta neste segundo trimestre no produto “fases da vida”, lançado há dois meses, mas que ficou sem foco em razão da volatilidade do mercado acionário no primeiro trimestre do ano.
Novidade na SulAmérica
A SulAmérica, associada ao grupo holandês ING, apresentou crescimento do lucro líquido de 65,6%, para R$ 118, 3 milhões. A receita obteve incremento de 6,8%, para R$ 1,8 bilhão.
Segundo Patrick Larragoiti, presidente do grupo, a rentabilidade tem sido uma prioridade. A novidade no trimestre foi o crescimento da receita de prêmios em todos os ramos. Em saúde, que representa 53,2% dos prêmios de seguros da seguradora, o grupo obteve alta de 7,2% nas vendas do trimestre.
Acima da média
Na carteira de automóvel, os prêmios tiveram incremento de 16%, bem acima da média de 9% registrada pelo setor. No último trimestre, o grupo obteve sucesso com a iniciativa de fechar o capital da Sul América Companhia Nacional de Seguros (Salic). Cerca de 90% das pessoas aceitaram o preço ofertado no leilão de fechamento da, totalizando R$ 30 milhões. O objetivo é ter 100% até o final do ano, o que deverá totalizar um investimento de R$ 60 milhões.
A venda da participação indireta que a SulAmérica tinha na Telemar trará efeito positivo no lucro líquido da seguradora de R$ 34 milhões no segundo trimestre.
Fonte: Gazeta Mercantil