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Sob pressão, AIG troca diretor-presidente

Robert Willumstad, um ex-executivo do Citigroup Inc., foi nomeado diretor-presidente da seguradora American International Group Inc., com efetivação imediata, segundo uma pessoa a par da questão.
Willumstad já ocupava a presidência do conselho da AIG e vai suceder a Martin Sullivan, um veterano executivo da seguradora que assumiu a presidência executiva três anos atrás, mas estava sob pressão de grandes acionistas para melhorar o desempenho da companhia. Nos últimos meses, Sullivan foi na prática colocado em teste pelo conselho. Nas últimas semanas ficou cada vez mais claro que sua permanência era improvável.
Stephen Bollenbach, um membro do conselho da AIG que era apreciado por alguns acionistas dissidentes, entre eles o bilionário Eli Broad, será nomeado principal membro do conselho.
A decisão de substituir Sullivan, um executivo de 53 anos que trabalhou na AIG desde os 17, ressalta a gravidade dos problemas que a gigante dos seguros enfrenta. Sullivan recebeu o cargo quando Maurice R. “Hank” Greenberg encerrou seu período de quase quatro décadas no comando, saindo em 2005 quando a empresa estava sob investigação por causa de sua contabilidade.
No coração dos atuais problemas da AIG estão prejuízos bilionários nos últimos dois trimestres e uma ação que perdeu mais da metade do valor desde outubro.
Vários grandes acionistas, entre eles Broad, ficaram preocupados com a queda da ação e vinham pressionando por uma mudança na diretoria. Essas preocupações foram ouvidas pelos membros do conselho, dizem pessoas próximas do conselho.
Não está claro o que um novo diretor-presidente pode fazer para resolver esses problemas em meio à contínua turbulência nos mercados de crédito e hipotecário. Nenhum executivo pode curar os males que afligem o mercado imobiliário americano.
A maior parte dos prejuízos da AIG foi motivada por baixas contábeis associadas a empréstimos imobiliários de alto risco, os “subprime”. Pode levar algum tempo até que a companhia descubra quais serão suas perdas totais. Até lá, a incerteza, e a perspectiva de mais baixas, podem afugentar alguns investidores.
Ao mesmo tempo, alguns dos críticos de Sullivan se queixaram de sua visão para a AIG, de modo que podem receber bem um novo líder com idéias fortes e um desejo de promover mudanças na companhia.
Mesmo enquanto tentava afastar a AIG do escândalo contábil, Sullivan teve de lidar com o fato de que Greenberg – que já fora seu mentor – comanda a Starr International Co., maior acionista da seguradora.
A AIG e Greenberg estão envolvidas numa série de batalhas legais. Alguém sem parte nessa história pode ter melhores condições para negociar um fim às tensões.
Mas, mesmo que esses problemas se resolvam com o tempo, um novo diretor-presdiente pode ser confrontado com outros desafios e obstáculos sérios. Sullivan passou seu primeiro ano no cargo apenas tentando endireitar o barco. Isso foi uma tarefa monumental, já que a AIG tem operações em mais de cem países e uma gama diversificada de negócios que vai de seguro de automóveis a crédito ao consumidor e leasing de aviões.

Fonte: Valor

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