Sinistros crescem nas seguradoras
A intensidade das chuvas e alagamentos que atingem São Paulo fez crescer muito o registro de sinistros e a procura das empresas por apoio das seguradoras. Ainda não há números consolidados, mas algumas companhias já detectam um volume expressivo de perdas. “Chegamos a receber 15 avisos por dia relacionados a sinistros com chuvas, o que extrapolou as nossas expectativas”, afirmou Sheila Garcia, diretora da área de Sinistros da corretora Aon.
Já a Zurich Seguros registrou perto de 20 sinistros atendidos, o que na avaliação de, José Vicente Gomes da Silva, diretor da empresa, é pouco, comparado à quantidade de “clientes expostos”, cerca de 3 mil – número de clientes pessoas físicas e jurídicas da Zurich em São Paulo.
Segundo Sheila Garcia, as empresas reportaram danos não só em seus galpões e unidades industriais e comerciais, mas também em estoques de matérias-primas. “Há reclamações de R$ 100 mil até R$ 5 milhões. Pode-se dizer que os prejuízos este ano estão mais agravados”, afirmou Sheila.
A extensão das perdas, diz ela, pode ser ainda maior: “As empresas têm prejuízos não só diretos, mas também para restabelecer as operações e assessorar seus funcionários com problemas.”
Em sinistros desse tipo, as perdas podem atingir produtos finais, estragados pela lama, remoção de escombros e também o apoio que a empresa tem de dar aos funcionários que sofreram perdas em suas residências – gastos que não estão incluídos no seguro.
Gomes da Silva explica que esta temporada de chuvas só não será pior para as seguradoras por causa do baixo índice de coberturas para alagamento. “A maioria das empresas contrata seguros para incêndio, danos elétricos e vendavais, eventos mais corriqueiros”, explica. “Mas a partir de agora, certamente vão passar a contratar.”
Armando Bendechi, vice-presidente para a divisão de riscos de infraestrutura da corretora Marsh disse que teve poucos registros de queixas dos clientes, mas prevê que os prejuízos deixados pelas chuvas vão repercutir em alta de preços dos seguros em 2011.
Fonte: Valor