Sinistro, prêmio e castigo no mercado de seguros
Companhias de seguro de veículos deveriam ficar atarantadas com o número de furtos a carros, pelo que implicam de desembolso. Com isso, seria natural que investissem, direta ou indiretamente, em práticas e equipamentos de prevenção. Mas talvez ponderem que a incidência eleva a procura por seguro e permite a prática de prêmios elevados. Talvez este aspecto responda por ganhos maiores do que os que haveria num quadro de poucos roubos, pouca procura e, em consonância, prêmios baixos.
Seguros de saúde e de vida, diferentemente, investem em campanhas de prevenção a doenças. Devem ter feito as contas e verificado que gastar com doentes e pagar sinistros de vida em alto número não é lucrativo nem sustentável, ainda que, dada a maior ocorrência, vendam mais apólices e com prêmios mais caros. Primeiro, pelos gastos em si, que são altos. Segundo, porque, nesse caso, a elevação do prêmio afasta clientes sãos e atrai clientes doentes, elevando gastos, que elevam prêmios, que afastam os sadios, até que tudo quebre.
Fonte: Gazeta Mercantil