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Setor investe R$ 146 bi em janeiro

São Paulo, 23 de Março de 2006 – Seguradoras aplicam mais de 95% dos seus recursos em títulos de renda fixa. A carteira de investimentos das seguradoras chegou a R$ 146,6 bilhões em janeiro deste ano, alta de 25% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Desse valor, R$ 110,4 bilhões referem-se às provisões técnicas de seguros, previdência aberta e capitalização e R$ 36,2 bilhões ao patrimônio líquido das empresas. Praticamente a totalidade da carteira é aplicada em títulos de renda fixa, que geram a parcela mais significativa dos ganhos das companhias. Com os cortes na taxa Selic promovidos pelo governo nas últimas seis reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o maior desafio das seguradoras a partir deste ano será buscar formas de manter a rentabilidade num cenário de redução de taxas de juros.
Segundo dados divulgados pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), com base em estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da Agência Nacional de Saúde (ANS), a maior parte do investimento do setor vem das reservas de seguros, com R$ 51 bilhões, e dos planos de previdência, com R$ 48,7 bilhões; capitalização registrou R$ 10,3 bilhões.
As vendas do setor totalizaram R$ 6,526 bilhões, crescimento de 22,99%. Considerando apenas o setor de seguros (incluindo saúde e VGBL), as vendas evoluíram num ritmo maior em janeiro deste ano, de 35,57%, para R$ 5,3 bilhões. O segmento de capitalização totalizou vendas de R$ 564,1 milhões em janeiro, alta de 7,29%. Previdência privada – PGBL, planos tradicionais e Fapi – somou contribuições de R$ 610,7 milhões, queda de 26,67% na comparação com o mesmo mês de 2005. Se incluído aqui o VGBL, um seguro com características de acumulação de renda, o setor de previdência registra alta de 14,7% em janeiro deste ano.
O produto mais vendido é o seguro automóvel, com R$ 1,39 bilhão em janeiro, alta de 54,4%, de acordo com as estatísticas. As indenizações em automóvel somaram R$ 658,9 milhões em janeiro, alta de 6,6%. Segundo Cláudio Afif Domingos, vice presidente da Indiana Seguros, o segmento, na verdade, não evolui tanto assim. “As estatísticas de ramo automóvel estão distorcidas em razão das seguradoras estarem cumprindo uma nova determinação da Susep”, disse.
As seguradoras só podem apropriar o faturamento após emitir a apólice. Apesar do prazo legal de 15 dias para a emissão das apólices, há companhias que demoram mais que esse período para mandar ao segurado o contrato de seguro. Com isso, as estatísticas de janeiro foram infladas com vendas de dezembro contabilizadas em janeiro, um mês geralmente fraco para as empresas. “É certo que as montadoras venderam mais veículos e que as seguradoras aumentaram o preço do seguro. Mas o setor continua no jogo de rouba-monte no seguro de carro, pois a frota segurada permaneceu no mesmo patamar”, disse.
O VGBL se destacou como o segundo mais vendido, com R$ 1,1 bilhão, crescimento de 64,2% em comparação com janeiro de 2005, um período fraco para planos de aposentadoria em razão de mudanças nas regras tributárias. Seguro de vida e acidentes pessoais gerou vendas de R$ 772 milhões, alta de 26,5% nos períodos analisados. Seguro saúde registrou vendas de R$ 732 milhões, evolução de apenas 7,9%. Riscos patrimoniais somou prêmios de R$ 575 milhões, alta de 35%.
A Bradesco Seguros e Previdência lidera as vendas do setor de seguros, com 26% do faturamento do setor, seguida pela SulAmérica, com 12%, e pela Itaú Seguros, com 8,6%.

Fonte: Gazeta Mercantil

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