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Setor está menos descrente

Pesquisa da Fenacor aponta que o indicador que mede o humor de seguradores, resseguradores e grandes corretores já está enfrentando resistência para maiores quedas, sinalizando para um processo de acomodação
A confiança de seguradores, resseguradores e grandes corretores de seguros na economia e no mercado segurador registrou ligeira melhora em agosto, medida pelo índice do setor ICSS, recém-divulgado pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor). O indicador avançou de 81,3 pontos em julho para 81,8 pontos no mês seguinte, sem contudo configurar uma reversão na tendência de queda registrada nos últimos meses. O índice, na verdade, ainda indica pessimismo, considerando que o valor está abaixo dos 100 pontos, revelando que a expectativa atual é desfavorável e permanecerá no futuro breve, nos próximos seis meses.
Segundo o relatório da Fenacor, elaborado pela Rating de Seguros, empresa responsável pelo cálculo do ICSS, diante das circunstâncias, pode-se considerar que a pequena evolução do índice é uma boa notícia. “Afinal, em termos teóricos, os indicadores de confiança já estariam enfrentando certa resistência para maiores quedas”, diz o texto, lembrando que o
índice que mede o humor das seguradoras, o Ices, caiu mais de 25 pontos desde o início do ano, “uma variação expressiva”.
O relatório destaca que o comportamento de agosto também pode sinalizar que o segmento está em processo de acomodação, na expectativa do que pode acontecer nos próximos meses, sobretudo em termos políticos. “São especulações que os próximos números podem ou não confirmar”, ressalva.
Os mais céticos são os seguradores, que reduziram suas expectativas de julho, (80,8 pontos) para agosto (79 pontos), 1,8 ponto a menor. É a pontuação mais afastada do valor 100, em relação aos outros segmentos do setor. Os menos pessimistas com a evolução setorial e da economia são os resseguradores, com índice de confiança cravado em 86,9 pontos em agosto, contra 86,4 em julho. Já as grandes corretoras de seguros melhoraram sua avaliação, de 76,9 pontos para 79,7 pontos, quase três pontos a maior.
Projeção dos segmentos
Quanto à evolução especificamente da economia, a maioria dos seguradores (77%), resseguradores (69%) e corretores (65%) acha que o cenário só tende a piorar ou piorar muito nos próximos seis meses. Os que veem a manutenção do quadro atual são 21% dos seguradores, 31% dos resseguradores e 20% dos corretores. Só alguns seguradores, na proporção de 2%, e corretores, em 15%, conseguem vislumbrar que haverá uma melhora.
Quanto à rentabilidade do negócio, 50% dos seguradores entrevistados acreditam que o quadro permanecerá igual, perspectiva compartilhada por 46% dos resseguradores e por apenas 30% dos corretores.
Parcela de 31% dos resseguradores afiançam, inclusive, que a situação será pior e muito pior até o começo do ano que vem, projeção em que apenas 39% dos seguradores acreditam.
Aqui, os corretores são os mais pessimistas, com 55% deles vislumbrando um cenário pior ou muito pior que o atual até fevereiro de 2015. Mas tem seguradores (11%), corretores (15%) e resseguradores (23%) confiantes numa reviravolta, afiançando uma melhora.
No faturamento, a avaliação dos três segmentos é menos cética que a manifestada para a rentabilidade. O relatório da Fenacor mostra que a maioria dos seguradores (61%), corretores (50%) e resseguradores (47%) acham que o quadro no prazo de seis meses não mudará, mantendo-se igual ao de hoje. Entre os corretores, a outra metade está dividida: 15% avaliam que captação de receita será melhor ou muito melhor. Já outros 30% têm posição inversa, apostam no pior, descrença observada também em 27% dos seguradores e 15% dos resseguradores. Na outra ponta, 38% dos resseguradores e 12% dos seguradores apontam para um faturamento melhor no futuro breve

Fonte: Jornal do Commercio

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