Setor de Seguros tem Desafio de Encontrar Profissionais Qualificados
O mercado brasileiro de seguros é o mais promissor e atraente do mundo, de acordo com Michael Magsig, CEO global da área de finanças e seguros da consultoria de recrutamento Korn/Ferry. O bom momento atual é caracterizado principalmente pelos grandes projetos de infraestrutura e o surgimento de classes com maior poder aquisitivo, que movimentam o mercado de seguros em massa. No entanto, o desafio ainda é encontrar profissionais qualificados para atuar nos dois segmentos.
Segundo Jorge Maluf, “senior client partner” para o mercado financeiro da consultoria no Brasil, a expertise dos profissionais voltados ao segmento de grandes projetos costuma ser importada pelas seguradoras da matriz no exterior. No entanto, o mercado de seguros em massa exige conhecimentos específicos de varejo e distribuição no mercado brasileiro. “A precificação desse tipo de produto costuma ser baseada em dados históricos, mas essa informação ainda não está disponível para as seguradoras, porque é um mercado novo”, completa Magsig. “Então, a indústria terá que pensar prospectivamente.”
Segundo os consultores, uma preocupação constante entre os líderes da indústria seguradora é a velocidade com que a formação e o desenvolvimento de profissionais qualificados acontece. Para eles, ela não será suficiente para abastecer o setor com os talentos necessários para acompanhar o crescimento do mercado. “Por muito tempo o setor de seguros não foi muito atrativo para novos profissionais”, explica Maluf. “É preciso comunicar ao mercado que essa é uma carreira atraente”.
Magsig acha que o setor pode ter mais sucesso na atração de profissionais mais jovens, que são motivados por fatores que vão além das oportunidades de carreira. “São os seguros que garantem às empresas o desenvolvimento de grandes projetos de forma mais responsável com o meio ambiente, por exemplo”, explica o CEO.
Há outro aspecto do mercado que já foi considerado uma desvantagem e hoje pode ser visto com mais otimismo por potenciais profissionais. Ao contrário do resto do mercado financeiro, a indústria seguradora sempre deu preferência à remuneração fixa ao invés de bônus variáveis. “O que hoje significa mais estabilidade”, completa Magsig.
Fonte: Valor
