Mercado de Seguros

Setor de seguros amplia participação no PIB

Nos últimos 15 anos, o setor de seguros no Brasil avançou significativamente em sua participação na economia nacional. Em 2009, o faturamento com produtos de risco (sem incluir VGBL, previdência e capitalização) representava 1,9% do PIB. Já em 2024, esse percentual alcançou 2,5%, uma alta de 33%, o que evidencia o fortalecimento do seguro como pilar da atividade econômica no país. Na coluna Efeitos do tarifaço no mercado segurador brasileiro, o especialista Francisco Galiza destaca que entender esse crescimento passa por uma análise histórica: olhar para trás é essencial para compreender como o setor evoluiu e quais fatores estruturais contribuíram para essa expansão.

A partir dessa perspectiva, outros porta-vozes do mercado também avaliam os próximos passos necessários para sustentar esse avanço. Eles ressaltam a importância de investir em inovação, ampliar o acesso da população a diferentes modalidades de seguro e fortalecer a educação financeira para consolidar ainda mais a cultura do seguro no Brasil.

Para a Wiz Co, esse avanço representa um sinal claro de amadurecimento econômico e social. Ressaltando a participação dos seguros no PIB, além de apresentar crescimento na arrecadação ao longo dos anos, é um indicador de maturidade econômica e social: “O seguro passou a ser mais democrático e acessível a diferentes camadas da sociedade, que identificam os produtos como um instrumento de proteção, planejamento financeiro e gestão de riscos”, destaca Marcus Vinícius. CEO do Grupo.

Segundo a empresa, o setor tem desempenhado papel central na resiliência das famílias e empresas, especialmente diante de eventos sanitários, climáticos e geopolíticos. A Wiz Co também aponta que fatores como o avanço da tecnologia, a expansão da classe média e a modernização regulatória foram decisivos para ampliar o alcance do seguro no Brasil.

“A expansão da classe média, a mudança no perfil de consumo, os novos entrantes com a longevidade dos consumidores, as ofertas em canais digitais, a simplificação da jornada e a personalização de produtos permitiram ampliar o alcance de produtos como automóvel, residencial, vida, saúde, garantia e patrimonial. Além disso, a regulamentação trouxe marcos importantes, como o Open Insurance e a aprovação da Lei nº 213/2025, que estabelece condições para atuação de associações e cooperativas no mercado segurador”, ressalta Marcus Vinícius.

Apesar dos avanços, a empresa alerta para desafios ligados ao cenário macroeconômico e aos riscos complexos. “A elevação da taxa Selic gera aumento de custos e retração do mercado de crédito, impactando seguros atrelados a financiamentos. O setor ainda precisa evoluir na experiência do cliente, na simplificação dos produtos e dos atos regulatórios e no enfrentamento de riscos cada vez mais sofisticados”, pontua.

Para Simone Fávaro, 1ª vice-presidente do Sincor-SP, o crescimento é importante, mas poderia ser maior. “Embora nossa indústria tenha crescido 33% nesse período, considero que essa evolução ainda é tímida e aquém do potencial e das possibilidades do Brasil, afinal, somos a 10ª maior economia do mundo. Nos últimos anos, o setor tem registrado crescimento acima de 10% ao ano, e é fundamental manter esse ritmo.”

Ela reforça que há fatores determinantes fora do controle do mercado, como a política de juros, os níveis de empregabilidade e o aquecimento da economia mundial. Mas também acredita que o setor pode agir para impulsionar a expansão, como criação de novos produtos, aumentando o apetite a riscos por parte das seguradoras, clausulados mais simples e preços acessíveis: “Além disso, é essencial que a CNseg informe com mais frequência e clareza o valor total das indenizações pagas anualmente, isso ajuda a demonstrar o impacto concreto do setor na vida das pessoas”, esclarece.

Simone também destaca os fatores que permitiram a evolução até aqui, destacando a ampliação do acesso à informação, que ajudou a conscientizar a população sobre a importância do seguro: “O avanço da tecnologia, que simplificou processos e reduziu barreiras. O fortalecimento da atuação dos corretores, fundamentais na educação do consumidor. E a diversificação dos produtos, com soluções como seguros por assinatura, microsseguros e coberturas mais personalizadas, que atendem melhor aos diferentes perfis e necessidades da sociedade.”

Apesar disso, a executiva avalia que o seguro ainda tem participação pequena no PIB porque o Brasil enfrenta desafios estruturais, pela ausência de uma cultura mais consolidada de proteção financeira: “Muitas pessoas ainda encaram o seguro como um gasto, e não como um investimento em segurança e tranquilidade. Além disso, a desigualdade de renda limita o acesso de uma parcela significativa da população aos produtos de seguro, o que impede uma expansão mais acelerada da base de consumidores”, explica.

Ela finaliza argumentando que o caminho passa pelo trabalho conjunto de corretores e insurtechs e a combinação traz, por sua vez, inovação, agilidade, melhoram a experiência do usuário e ajudam a alcançar públicos que tradicionalmente estavam fora do radar das seguradoras: “Os corretores, com sua experiência e capacidade de personalizar o atendimento, continuam sendo essenciais para traduzir as necessidades dos clientes em soluções adequadas. As insurtechs, por sua vez, trazem inovação, agilidade, melhoram a experiência do usuário e ajudam a alcançar públicos que tradicionalmente estavam fora do radar das seguradoras”, conclui.

Fonte: CQCS

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