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Seguro rural deve crescer mais de 40% com subvenção maior

O contínuo aumento da subvenção ao seguro rural brasileiro, iniciada em 2003 pelo governo federal, tem contribuído para a expansão da carteira. Para 2009, a expectativa às seguradoras que atuam no ramo é ainda mais promissora, já que o governo anunciou o aumento dos percentuais de subvenção ao prêmio do seguro rural para milho (segunda safra), feijão e trigo, que passaram de 60% para 70%; aveia, canola, cevada, centeio, maçã, sorgo, triticale e uva, de 50% para 60%; ameixa, caqui, figo, kiwi, nectarina, pêra e pêssego, de 40 para 60%. Apenas neste ano, o governo liberou R$ 160 milhões para a subvenção do prêmio, R$ 65 milhões a mais do que o ofertado em 2007. Dados da Superintendência de Seguros Provados (Susep) apontam de que a medida já tem reflexo no desempenho do setor, que cresceu até julho deste ano 33%, somando R$ 229 milhões em prêmios. No mesmo período do ano passado, os prêmios chegaram a R$ 172 milhões.
Segundo o Diretor Comercial da Aliança do Brasil, Wady Cury, se não houvesse a subvenção não haveria seguro agrícola. “O apoio do governo federal permite a oferta de preços adequados aos prêmios de seguro rural”, afirma Cury. Segundo ele, a Aliança do Brasil pretende fechar o ano de 2008 com um crescimento de 79% em relação a 2007. Para o executivo, a maioria dos estados que também já trabalham com liberação de subvenção, pagam 50% do valor que é atribuído ao produtor. “Com isso, os produtores ficam com apenas 25% do valor do prêmio”, afirma Cury.
De acordo com o diretor comercial da Seguradora Brasileira Rural – com 45% de participação da Swiss Re e 45% do Radian Group -, Geraldo Mafra, a subvenção do governo é fundamental para a redução do custo do seguro rural, principalmente para o segmento agrícola, no qual a cobertura catastrófica é muito grande. Segundo ele, apesar da abertura do mercado de resseguro, poucas seguradoras do ramo contam com coberturas de outros países. “O resseguro nesse setor ainda tem condições limitadas em relação à capacidade de cobertura dos riscos” afirma Mafra. Para ele, a abertura do mercado de resseguro vai contribuir para a entrada de novas seguradoras na carteira de seguro rural. O crescimento previsto da seguradora para o final de 2008 é de 125%. “Até agosto deste ano, crescemos aproximadamente 65% sobre o volume total de vendas do ano passado”, afirma Mafra. Segundo ele, a mudança na cultura dos produtores rurais também contribui para a expansão da carteira. “Os produtores estão antecipando a compra de insumos e a procura por crédito nas cooperativas e instituições financeiras para garantia securitária de sua produção”, diz Mafra.
Para o membro da comissão de seguros rurais da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) Adilson Neri Pereira, ainda há muito que progredir no ramo de seguro rural. Segundo ele, um pouco mais de cinco seguradoras operam na área de seguro agrícola, devido ao risco muito grande de eventos climáticos. “O Brasil é tão grande que é difícil conseguir capacidade suficiente de resseguro para essa modalidade. Uma seca, por exemplo, pode ocasionar perdas muito grandes”, diz Néri. Para ele, uma saída seria a constituição de um fundo de catástrofes na área de seguro agrícola, além da subvenção rural.
Segundo o diretor de Negócios Corporativos da Mapfre, Artur Santos, o seguro rural, impulsionado pelo incentivo do governo, possibilita ao produtor arriscar em investimentos tecnológicos e na geração de empregos. “Planejamos crescer 30% nos próximos 12 meses”, afirma Santos.
Senso defasado
A falta de dados sobre o crescimento da produção agrícola brasileira é umas das principais reclamações das seguradoras para estipular o valor da garantia do seguro rural. “Garantimos 50% da produção caso haja perdas para um agricultor. Isso dificulta os contratos de seguro”, explica o executivo da seguradora espanhola. Segundo ele, o último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção agrícola brasileira foi divulgado há 12 anos.

Fonte: DCI OnLine

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