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Seguro para tudo e todos os bolsos

Cartões de créditos, redes de varejo, concessionárias de energia, loterias, escolas e até igrejas estão hoje inseridos no mercado de seguros. Todos têm um serviço de proteção a oferecer em troca de uma taxa bem pequena, geralmente a partir de R$ 1,50. Mas como saber se esses seguros tão baratos realmente valem a pena? Se por um lado, esses prêmios de pequeno valor ajudam a disseminar a cultura do seguro no país, por outro, fazem parte de uma grande indústria que pode ter movimentado mais de R$ 6 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano.
Esse movimento de mercado já tem até nome. São os chamados seguros massificados. Há seguro para tudo, para todos os bolsos e disponíveis em canais cada vez mais diversificados. A lógica é simples: quanto mais distante dos canais convencionais, como títulos bancários, mais baratos e próximos do consumidor ficam os seguros. “Hoje o brasileiro só está habituado a fazer seguro do automóvel. Não existe uma cultura deseguro no país. Então, é mais fácil vender um seguro quando a gente usa canais já freqüentes na rotina das pessoas, como faturas de cartão de crédito ou de luz”, explica Adilson Pereira, diretor de ramos elementares da Porto Seguros.
“Esses meios alternativos representam um custo de cobrança bem menor que um título bancário, que por si só já custa R$ 1,50 para a seguradora. Hoje a gente já consegue oferecer um seguro por este valor”, detalha Rafael Bauer, gerente de seguros pessoais da Mapfre. Focando em um grande grupo de afinidade e reduzindo o valor dos prêmios é possível conquistar um número bem maior de segurados. Os primeiros grupos a serem explorados foram os clientes de lojas de varejo e das operadoras de cartão de crédito. Um dos produtos mais vendidos é a garantia extendida, que já arrecadou mais de R$ 1 bilhão em prêmios até agosto, segundo a Susep.
A veterinária Mara Trindade, 35 anos, é um exemplo de quem já foi fisgada pela garantia extendida ao comprar a geladeira e o sofá. “Vem diluído no valor da prestação e você conta um tempo maior para a garantia”, justifica ela. Outro seguro que Mara não abre mão é o de perda ou roubo. Todos os seus três cartões de crédito possuem essa proteção. Os seus quatro plásticos de loja também. “O meu avô perdeu o cartão de crédito dele e só percebeu no dia seguinte. Já tinham comprado mais de R$ 3 mil. Por isso, eu sempre aceito os seguros”, comenta a veterinária. “É muito barato. Os cartões de crédito cobram entre R$ 3,50 e R$ 3,90. Os de loja saem por R$ 1,50”, conclui ela.
Por mês, esses seguros correspondem a um gasto total em torno de R$ 17 no orçamento de Mara, somando ao ano um custo de R$ 204. Embora já tenha esse seguro há mais de oito anos, a veterinária nunca precisou recorrer à cobertura da apólice de nenhum dos seus cartões. “É isso que torna esse mercado de seguros de baixo valor bem atraente para as seguradoras. Os riscos são muito baixos”, comenta Alexandre Penner, diretor da Superitendência de Seguros Privados (Susep). Fora do varejo, novos nichos de mercado estão surgindo, caso das concessionárias de energia. Em Pernambuco, a Celpe e a Aon Affinity do Brasil vão lançar um seguro no valor de R$ 2,40. Será um mix entre seguro residência e vida.
Escolas e até igrejas também viraram um bom canal para captar segurados. “Já temos cerca de 400 escolas que oferecem seguro escolar. E das igrejas, temos conseguido um bom número de segurados entre os evangélicos que se identificam com os nossos produtos populares”, comenta Bauer, da Mapfre. Além dos tradicionais vida e acidentes pessoais, outras modalidades estão surgindo no mercado, como o seguro notebook. “Estamos agregando diversos serviços aos seguros para torná-los mais atraentes. O de notebook, por exemplo, vem com help desk”, comenta Pereira, da Porto Seguro.

Fonte: Diário de Pernambuco

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