Seguro para empresas cresce abaixo da inflação em 2016
O mercado de seguros para as empresas cresceu abaixo da inflação em 2016, refletindo a difícil situação econômica enfrentada pelo setor.Análise feita pela Risco Seguro Brasil com os dados referentes a 38 linhas de seguros empresariais disponibilizados pela Susep mostra que os prêmios acumulados aumentaram 5,12% no ano passado, comparado com uma inflação de 6,29% calculada pelo IBGE.
Em 2015, o crescimento fora de 6,62%. De acordo com a CNseg, o mercado de seguros como um todo, incluindo as linhas individuais e planos de pensão, expandiu-se em 9,2% no ano passado.Das linhas de seguros analisadas, apenas 17 conseguiram bater a inflação em termos de aumentos de prêmios. Quinze segmentos mostraram recuo no volume de prêmios de seguros.A lista dos que encolheram em 2016 inclui o segmento de Riscos Nomeados e Operacionais, que responde por 17% do mercado e que fechou 2016 0,3% menor do que em 2015.
O segundo maior segmento, Compreensivo Empresarial, também cresceu abaixo da inflação (2,3%), enquanto o terceiro colocado no ranking, Riscos Diversos, teve um desempenho bem mais notável, crescendo 15,12%.Por ramoEntre as dez maiores linhas empresariais, o seguro Garantia para o setor público, que expandiu em quase 30% em 2016, teve o melhor desempenho, seguido por Tranporte Nacional, com quase 14%.
Mas a maioria das grandes linhas ficou abaixo da inflação, com Transporte Internacional (-6,3%) e Crédito Interno (-2,57%) puxando a rabeira.O levantamento não inclui seguros agrícolas nem as linhas de seguro de vida coletivas adquiridas pelas empresas.Os três segmentos que apresentaram maior evolução no ano passado foram seguros ligados aos transportes: Operador de Transporte Multimodal (76,7%), RC Hangar (75,3%) e RC Transporte Ferroviário de Carga (52,05%).O seguro Global de Bancos, por sua vez, expandiu quase 45%. Linhas de responsabilidade nas quais o setor deposita esperanças de crescimento, como RC Profissional e RC Ambiental, também tiveram boa performance, com 29,2% e 21,5% de evolução positiva.
Já algumas linhas foram claramente afetadas pela crise econômica, além das vicissitudes enfrentadas por alguns setores específicos da economia. É o caso dos Riscos de Petróleo, que encolheram mais de 10%, o Crédito à Exportação (-7,2%), o Crédito Interno e o Transporte Internacional.SinistralidadeOutro efeito da crise foi a redução da sinistralidade nos setores pesquisados. A experiência internacional mostra que períodos de desaceleração econômica causam uma redução dos níveis das perdas nas linhas de seguros para empresas.Em 2015, a sinistralidade das 38 linhas analisadas chegou a 71%, enquanto que em 2016 foi de 46%.O efeito da fraca atividade econômicas pode explicar em grande parte porque a sinistralidade na maior das linhas empresariais, a de Riscos Nomeados e Operacionais, caiu de 107% para 34% no período de um ano.
No Compreensivo Empresarial, a redução foi de 57% para 50%, enquanto que nos Riscos Diversos foi de 35% para 24%.Mas a queda da sinistralidade também pode ser atribuída a um maior cuidado dos subscritores na hora de trabalhar em algumas linhas onde o nível de risco aumentou sensivelmente no último ano.Um exemplo claro é o dos seguros D&O, onde a sinistralidade passou de 47% para 38%. O segmento vem se mostrando cada vez mais seletivo como resultado da operação Lava Jato.A linha de RC Profissional apresentou uma melhoria de 23 pontos na sinistralidade (de 61% para 38%), enquanto que a de RC Ambiental passou de 54% para apenas 16%. Mais uma vez, isso pode ser uma prova de maior rigor de subscrição após o desastre da Samarco, no final de 2015.O maior aumento da sinistralidade ocorreu no ramo de Operador de Transporte Multimodal, onde chegou a 361%, comparado com 186% no ano anterior.Mas os números deste segmento em particular tendem a se mover de forma violenta devido ao pequeno volume de prêmios envolvidos. Com apenas R$ 2,6 milhões de prêmios de seguros ao final de 2016, trata-se do segundo menor ramo analisado por Risco Seguro Brasil.
Fonte: Risco Seguro Brasil