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Seguro no Brasil: sustentável, inovador e mais estratégico do nunca

Nas últimas décadas se falava em futuro e evolução do seguro considerando a inovação e digitalização dos canais de venda, ampliação de coberturas e novos produtos. Mas, agora vejo que estamos diante de mudanças mais profundas, o mercado tem sido desafiado a amadurecer e olhar para a sua cadeia de valor como um todo. E isso significa, entre outras coisas, reunir visão técnica, responsabilidade social e inteligência regulatória em uma nova forma de pensar o seguro.

Esse é um futuro que está se desenhando, em alta velocidade, a forma como pessoas e empresas buscam a proteção mais adequada. O seguro não pode ser visto apenas como um instrumento de reparação de perdas, é necessário olhar como prevenção, gestão de risco e geração de dados para decisões mais inteligentes. Nesse cenário, alguns pilares como sustentabilidade, inteligência artificial, novo marco legal e novas estratégias ganham destaque.

Com novas regulamentações a sustentabilidade, traduzida como ESG, tem sido desenvolvida e cobrada nas empresas. Produtos voltados a riscos climáticos, incentivos para frotas limpas e critérios de sustentabilidade na subscrição mostram como a pauta ambiental já influencia cálculo atuarial e precificação. No campo social, o seguro ganha novo sentido ao promover inclusão, educação financeira e proteção para populações historicamente negligenciadas pelo mercado.

Nesse ambiente, a inteligência artificial surge como catalisadora. IA generativa, machine learning e análise massiva de dados estão reduzindo fraudes, acelerando processos de subscrição, personalizando ofertas e permitindo modelos preditivos antes impensáveis. O conhecimento técnico tradicional continua essencial, mas agora somado à capacidade de interpretar dados dinâmicos e automatizados.

O novo marco legal representa uma reestruturação significativa na forma como os seguros são contratados, precificados, regulados e judicializados. Ou seja: não é uma pauta jurídica distante. É uma mudança com impacto direto no desenho dos produtos, na forma como atuamos na ponta comercial, nas relações com o consumidor e na forma como regulamos os sinistros.

Nesse tabuleiro, o atuário se reinventa. Não é apenas o profissional que calcula risco e reserva técnica; é um profissional estratégico capaz de traduzir dados em valor. Atuários são protagonistas na precificação, no uso ético de IA, na construção de produtos inclusivos e na modelagem de riscos.

Nesse contexto todo, não tem como falar sem futuro do seguro sem falar em sustentabilidade, inovação e estratégia. O futuro não é opcional, ele já está acontecendo, é inevitável. O seguro que prosperará não será o mais barato, e sim o que entrega valor real, aquele que usa tecnologia de forma inteligente, considera riscos climáticos e sociais e transforma compliance em vantagem competitiva.

A estratégia para o futuro passa por integrar diversas áreas da companhia, como produtos, jurídico, compliance, sinistros e atuária. O verdadeiro valor será atender o cliente de forma integrada, com informação e facilidade no entendimento e contratação.

Camila Maximo
CFO Sou Segura

Atuária experiente, trabalhando como consultora, com experiência em desenvolvimento de produtos, resseguro, projetos de transformação e inovação. Atualmente como consultora, trabalhou na Allianz, Ernst&Young e Swiss Re.

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