Seguro-garantia cresce com obras da Copa
A projeção de faturamento do mercado de seguros em 2011 é de R$ 201 bilhões, o que corresponde a um aumento de 12,1% na comparação com 2010, de acordo com dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg). Os analistas apontam que com os investimentos do governo federal em obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 o seguro-garantia deve ter uma grande expansão.
Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o total de prêmios (faturamento) do mercado em 2010 foi de R$ 707,19 milhões. Nos quatro primeiros meses de 2011, o setor já acumula R$ 230 milhões, com R$ 120 milhões no setor público e R$ 110 no setor privado. Contudo, o segmento deve apresentar maior crescimento no segundo semestre deste ano, já que novos contratos para obras de infraestrutura começam a ser firmados nos próximos meses.
A Lei 8.666/93, de licitações públicas, exige garantias nos processos de concorrência e contratos. Diante dessa obrigatoriedade, o seguro-garantia é amplamente utilizado por empresas que participam de licitações e garante as obrigações contratuais a ambos, seja no cumprimento do projeto, seja em pagamentos. Para Daniel Nobre, diretor Comercial da CesceBrasil, especializada em seguro de garantia e crédito, a apólice substitui a fiança bancária ou pagamento inicial. “O seguro-garantia para a empresa tomadora é mais barato e mais flexível do que a fiança bancária, pois cobre risco de longo prazo e garante a execução do projeto”.
Em quinto lugar no mercado de seguro-garantia no Brasil, segundo a Susep, a CesceBrasil obteve valor de prêmio no ano passado de R$ 42 milhões no segmento, que corresponde a 70% do faturamento total da empresa e 6% de participação no mercado. “Temos a meta de crescimento de 30% em 2011. Esse crescimento vem das obras com seguro-garantia, do momento econômico favorável e do amadurecimento do mercado de seguro como um todo”, explicou Nobre. A empresa também atua como seguradora de crédito para o mercado doméstico e de exportação.
Além de atuar na relação entre empresa privada e órgão público, o seguro-garantia também pode garantir obrigações contratuais com fornecedores, prestadores de serviços, empreiteiras de obras, entre outros. Segundo Edson Frizzarim, diretor de Ramos Elementares da Porto Seguro, o seguro busca minimizar os riscos. “Nesses casos, garantiremos o cumprimento das obrigações assumidas pela empresa responsável por um determinado serviço, da forma como foi acertado no contrato com o segurado”, explicou Frizzarim. Em 2011, a seguradora teve lucro líquido total de R$ 152,7 milhões, de acordo com o padrão BR GAAP.
Os índices de sinistralidade -equilíbrio de valores entre gastos e prêmio- são baixos no segmento. A Mapfre Seguros, que ocupava a oitava posição no mercado em março, tem índice próximo de zero. “Nós temos um rigor maior na análise da empresa tomadora, com análise do aspecto financeiro e comercial para identificar os pontos fracos”, explicou Rogério Vergara, diretor Executivo da área de Garantia e Crédito da Mapfre. Até abril de 2011, a sinistralidade da empresa estava em 0,81%. Já o total de prêmio direto chegou a R$ 7,938 milhões.
Ao ser questionado sobre as expectativas para o segmento, o diretor demonstrou confiança no crescimento. “Este momento é ímpar e precisa ser aproveitado. O governo quer desenvolver obras portuárias, aeroportuárias e rodoviárias para colocar o Brasil no seu lugar no mundo. Nos próximos dez anos o volume será muito grande”, pontuou Vergara.
No que se refere a análise de contratos para definir o preço do seguro-garantia, a Susep informa que cada seguradora tem liberdade de adotar os critérios mais adequados. Mas é prática comum no mercado classificar os tomadores em classes -A, B, C e D- a partir de uma análise cadastral sobre sua situação financeira, sendo A e B considerados seguráveis e imediatos, e C e D, dependentes de uma análise mais detalhada.
Fonte: DCI OnLine
