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Seguro discute como mitigar riscos com mudança climática

A mudança climática é o risco que mais preocupa executivos das seguradoras em todo o mundo quando vão traçar suas estratégias de atuação, desenvolvimento de mercados e precificação de produtos.
Segundo estudo divulgado pela Ernst & Young, além do elevado custo que pode recair sobre as seguradoras em razão de perdas causadas pelas mudanças climáticas, a alteração da estratégia mundial em razão de crises, como o subprime, por exemplo, é o outro risco que preocupa os executivos em razão da alocação de recursos em filiais podem sofrer alterações inesperadas abruptamente.
O tema “mudanças climáticas” está tão em alta que foi uma das principais palestras do Fórum Internacional de Seguros, que começou ontem em Dubai, um dos Emirados Árabes, e termina dia 20. Seguradores e resseguradores afirmaram em seus discursos que o setor mudará radicalmente sua forma de avaliar suas exposições aos riscos diante de uma mudança tão abrupta no clima. Cientistas acreditam que a impresivibilidade cada vez maior do clima é resultado do aquecimento global.
Até 2005, muitas seguradoras não computavam custos com mudanças climáticas em seus preços. No entanto, depois de perdas superiores a US$ 60 bilhões e mais de 150 milhões de pessoas afetadas com catástrofes naturais naquele ano, muitas passaram a considerar o custo em suas apólices, além de deixar de vender seguro para pessoas que moram em regiões de elevada incidência de eventos naturais.
Segundo afirma Peter Porrino, diretor global de serviços de seguros da Ernst & Young, no estudo, a lista dos dez maiores riscos demonstra que a transformação é constante. No Reino Unido, por exemplo, em 2005 o principal risco era a alta temperatura, seguida por ventos e chuvas. Em 2007, a principal perda veio das inundações.
Até mesmo o Brasil, um País livre de grandes catástrofes naturais, registrou tremor de terra no Ceará e ciclone no Sul do País neste ano. O assunto preocupou e a Fenaseg (Federação Nacional de Seguros Gerais) criou neste mês um grupo de estudo para traçar estratégias de longo prazo para mitigar os riscos trazidos com as mudanças climáticas. Entre as metas está o financiamento de pesquisas científicas.
Entre outros riscos citados pela maioria dos 70 analistas da indústria de seguros entrevistados pela Ernst & Young estão eventos catastróficos com elevados custos que podem comprometer a rentabilidade da seguradora; mercados emergentes que apresentam grande potencial, mas que exigem uma boa margem para acompanhar a competição local; intervenção regulatória que traga mudanças drásticas nas regras do jogo; canais de distribuição, que têm mudado a forma como o seguro é vendido e comprado; integração da tecnologia mundial com as operações e estratégias locais; mudanças no mercado de capitais; risco legal com repercussões na imagem do grupo; e choques macroeconômicos.
Segundo a pesquisa, estes são os riscos estratégicos que as principais empresas do setor terão de administrar se quiserem manter posições competitivas dominantes, levantando questões quanto à forma como estes riscos mudam o que as companhias oferecem aos clientes, o modo como oferecem seus serviços e onde.
Mais riscos
A pesquisa identificou também cinco outros riscos, além dos dez principais, que poderiam tornar-se igualmente significativos nos próximos cinco anos. São eles: excessiva dependência da gestão dos riscos baseada em modelos; as ameaças à reputação do setor; a perda de talentos; uma exposição cada vez maior à heterogeneidade das regulamentações no âmbito global; e o possível aparecimento de riscos novos.
Porrini diz no estudo que à medida que o ambiente do setor de seguro se torna mais complexo, as companhias precisam abandonar as formas tradicionais de gestão dos riscos e adotar processos integrados que acrescentem um valor maior.
Tendências sociais “Entender de que forma é preciso fazer frente às atuais tendências é de fundamental importância para as seguradoras na hora de administrar os riscos, otimizar o desempenho e aumentar a eficiência operacional. Os três principais riscos, mudanças climáticas, as mudanças demográficas nos seus principais mercados e eventos catastróficos, constituem tendências sociais e ambientais de grande alcance com complexas ramificações no longo prazo para o setor como um todo.” “Os riscos estratégicos variam para cada empresa, mas para o setor de seguros como um todo eles constituem as ameaças que, segundo os especialistas, terão as maiores conseqüências e o maior alcance. As seguradoras precisarão administrá-los agora, se quiserem mudar o ambiente dos negócios, as pressões competitivas e as oportunidades de negócios. Elas precisam considerar a gestão dos riscos como uma forma de melhorar as operações, o desempenho financeiro, e o valor para os acionistas”, diz o estudo.

Fonte: Gazeta Mercantil

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