Seguro de vida deixa de ser tabu
Quando o assunto é seguro de vida algumas pessoas torcem o nariz. A morte ainda é um tema considerado tabu pela sociedade. No entanto, se alguém tem um dependente financeiro, é hora de rever esta opinião. 0 objetivo do seguro de vida é garantir as condições financeiras dos familiares por um determinado período de tempo no caso de morte ou invalidez do associado. Apesar de certa resistência, o mercado tem crescido graças à expansão da renda e das facilidades de crédito.
Pesquisa recente da Fenaprevi comprova que o mercado de seguro de vida, que engloba seguro de vida em grupo e individual, acidentes pessoais, entre outros produtos, cresceu cerca de 12,93% em agosto de 2008 e movimentou R$ 1,057 bilhão em prêmios, em comparação aos R$ 936,6 milhões em agosto de 2007.
Segundo Osvaldo Nascimento, diretor executivo de Seguros, Previdência e Capitalização do Itaú, a cultura do seguro de vida ainda é pouco difundida. Parte dos brasileiros ainda pensa que não está sujeita ao risco e que gastar dinheiro em seguro é desperdício. Ao contrário, é uma proteção contra imprevistos. Além disso, com pequenas contribuições mensais, os familiares estarão amparados mais à frente afirma Nascimento.
Foi pensando em garantir a segurança dos seus dependentes que a funcionária pública aposentada Maria do Carmo Costa fez um seguro de vida. Há 35 anos ela investe, mensalmente, R$ 190.
– Nunca sabemos o que está por vir. Não quero que falte nada aos meus filhos. 0 seguro vai poder ajudar em algumas situações que possam ficar pendentes conta.
0 diretor executivo do Itaú acrescenta que famílias com menor poder aquisitivo e que usam o dinheiro para necessidades básicas como alimentação, saúde e moradia, também podem contribuir com um valor mais em conta. Planos populares oferecem cobertura de risco contra acidentes e incluem ainda o auxílio-funeral.
– As pessoas de baixa renda desconhecem os seguros, no entanto, hoje o mercado oferece produtos com preços reduzidos, a partir de R$ 5 mensais, e que terão um papel de proteção importante para a família explica Nascimento.
Três fatores explicam o avanço ainda tímido do setor: a gradativa mudança cultural da classe média, o aumento da renda e as ofertas mais facilitadas de crédito.
– A principal causa, além da expansão do crédito e renda é a mudança cultural da classe média, que hoje tem se mostrado preocupada em proteger seus familiares. Mas
Pensando nos filhos, Maria do Carmo tem seguro de ainda existe resistência explica Antônio Trindade, vice-presidente de Vida e Previdência do Unibanco.
Segundo Trindade, o seguro de vida individual teve apenas 6,77% da fatia de mercado, enquanto o de acidentes pessoais e prestamista que garante o pagamento no caso de desemprego, invalidez ou morte do segurado obtiveram, respectivamente, faixas de 18% e 20%.
De acordo com as projeções dos especialistas, o panorama é de otimismo. Um exemplo é a marca de 10% de crescimento do Itaú neste ano em seguros comprados sem cancelamento.
– A distribuição de renda e a difusão social do produto tendem a alavancar ainda mais o mercado. É isso que esperamos afirma Nascimento.
Fonte: Diário de S. Paulo – São Paulo