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Seguro atrai US$ 4 bilhões em investimento…

São Paulo, 3 de Março de 2006 – Rentabilidade sobre o patrimônio obtida pelas seguradoras brasileiras é o dobro da média mundial. Os investidores estrangeiros buscam, além do potencial de crescimento, rentabilidade. Mundialmente, o setor perdeu mais de US$ 200 bilhões entre 2001 até meados de 2005, sem considerar a safra de furacões que devastou regiões dos EUA no segundo semestre do ano passado. Enquanto divulgam perdas recordes, eles olham com interesse os recentes números divulgados pelas seguradoras b rasileiras, livres de catástrofes naturais e beneficiadas pela política de juros altos do governo.
O retorno médio sobre o patrimônio das companhias que compõem a marca BB/Seguros, do Banco do Brasil, por exemplo, foi de 58,4%, em 2005. A média mundial gira em torno de 12%. O grupo Bradesco Seguros e Previdência registrou retorno de 35,2% e a Caixa Seguros de 34,3%.
Mas há queixas. Eles querem a abertura do mercado de resseguros, matéria-prima das seguradoras, e uma regulamentação contábil dentro dos padrões internacionais. “Muitos estrangeiros reclamam que ficam em desvantagem comercial por ter de cumprir as normas da matriz no Brasil”, afirma Renê Garcia, da Susep. Outra queixa é da concentração das vendas em agências bancárias. “Realmente é uma realidade, mas é uma questão mercadológica, que não compete à Susep”, avisou.As duas queixas estão na pauta do ministro da Fazenda. O Ministério diz aos estrangeiros que antes de abrir o resseguro é preciso capitalizar as seguradoras para evitar o que aconteceu na Argentina, onde várias empresas faliram após a abertura por estarem descapitalizadas.
O projeto de lei que abre o resseguro tramita na Comissão de Finanças da Câmara e o prazo previsto é de que seja votado pelos deputados e senadores até junho para entrar em vigor em 2007. Paralelamente, a Susep colocará em audiência pública as novas regras de solvência em breve. “Acreditamos que o prazo para adequação será o mesmo período de abertura de resseguro. Se tudo correr como o esperado, a abertura começa em 2007, com reserva de mercado de quatro anos”, informa Garcia.
O assunto, que era tabu, hoje virou realidade. Nos balanços divulgados recentemente, um ponto que chama atenção é o aumento do patrimônio líquido de grande parte das seguradoras. “As seguradoras deverão aprimorar processos de subscrição, rever a adequação do capital e aumentar a transparência de suas operações. Como em todo processo de mudança, as empresas que não se adaptarem deixarão de u sufruir das oportunidades que aparecerão e poderão enfrentar dificuldades e até desaparecer. Devemos considerar essa situação como o preço inevitável para evolução do nosso mercado de seguros, que deverá responder aos desafios herdados pelo desenvolvimento da nossa economia”, comentou João Elísio Ferraz de Campos, presidente da Federação das Seguradoras, a Fenaseg, em nota. “Seguradoras e resseguradores escolherão seus parceiros de acordo com sua reputação, solidez financeira e capacidade técnica”.

Fonte: Gazeta Mercantil

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