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Seguradoras já se adequaram à regras de solvência para 09

As seguradoras não deverão ter problemas para se enquadrar à segunda etapa das regras de solvência da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que será iniciada em 2009.A maioria já está integralmente enquadrada às regras, segundo o superintendente da Susep, Armando Vergílio. A situação do setor é tida como positiva, inclusive para 2009, quando as companhias deverão continuar a apresentar crescimento. Segundo Vergílio, a autarquia adotou um modelo de supervisão baseado em risco, com regras prudenciais, que neste momento de crise internacional traz garantias. “Traz muita tranqüilidade para o setor de seguro e previdência, de capitalização e de resseguros”, disse, ao DCI.
Segundo ele, as reservas técnicas que as seguradoras têm de constituir, segundo um modelo de requerimento de capital, são ativos garantidores dessas reservas, vinculados à Susep. “Quase a totalidade dessas reservas hoje estão aplicadas em papéis do governo, o que dá muita tranqüilidade, muita segurança para todo o mercado. O Brasil traz limites rígidos para aplicação, tanto dos ativos das seguradoras quanto aqueles constituidores das reservas, em papéis de alto risco”, disse Vergílio. Em relação ao requerimento de capital, iniciado em 2008 (30%), sendo outros 30% no ano que vem e 40% em 2010, o superintendente da Susep mostrou-se bastante otimista. Disse ter convicção de que o mercado está realmente muito tranqüilo. “Nós estamos vigilantes e atentos”, salientou.
Segundo o presidente da Porto Seguro, Jayme Brasil Garfinkel, a seguradora já está 100% enquadrada às regras. “Em termos de mercado, acho que está bem tranqüilo, porque com os prazos que a Susep deu não vai ter ninguém estressado, não deve ter problema.” Para o presidente da Sul América, Patrick Larragoiti, as regras estabelecidas pela Susep seguem características internacionais e, devido ao prazo dado, todo o mercado já está preparado para todas as etapas. A SulAmérica cumpre 100% destas regras desde 2007.
O mercado nacional de seguros é muito capitalizado e já tem dinheiro em caixa, de uma maneira geral, diz o presidente da Mongeral, Nilton Molina. “Isso é muito importante, principalmente em momento de crise, pois garante que as companhias estão absolutamente sólidas”, disse. “O mercado de seguros é muito rígido no Brasil, seja porque ele é capitalizado, e, portanto, está muito acima da necessidade de solvência, seja porque as reservas são aplicadas basicamente em títulos públicos”, completou. Segundo especialistas no setor, porém, uma ou outra seguradora pode enfrentar alguma dificuldade em cumprir as regras de solvência e, assim, o caminho natural seria a absorção por outras empresas. Com companhias capitalizadas e voltadas ao mercado interno, as perspectivas continuam positivas, apesar das dificuldades que deverão ser encontradas. O superintendente da Susep disse em palestra que o crescimento do setor de seguros este ano deve ficar parecido com o ano passado, em 17%. “Para 2009, alta de 12% a 15% acredito que seja viável.”
Para Larragoiti, 2009 sem dúvida nenhuma vai ser um ano de mudanças em termos de crescimento econômico e do mercado segurador, mas ele continua otimista de que o mercado segurador vai continuar a sua trajetória de desenvolvimento e crescimento. “Isso não quer dizer que as seguradoras não vão ter de ter toda a atenção com relação a segmentos que vão crescer menos. Alguns canais de distribuição também podem vir a sofrer um pouco mais. Mas em geral estamos otimistas com o crescimento e o desenvolvimento do mercado segurador para 2009”, afirmou o presidente da Sul América.
Um exemplo de ramo que pode não ser tão bom é o de riscos industriais, porque depende não só do crescimento do PIB como das taxas de resseguro internacionais. Por outro lado, questões tarifárias do mercado podem afetar o crescimento do mercado de risco industrial de maneira positiva. “De maneira geral, acho que todos os setores devem ter um crescimento parecido, mas tudo o que é ligado à pessoa física tende a ter um crescimento um pouco maior”, opinou Larragoiti.
Um temor de Garfinkel, que é também presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), é a ampliação das sinistralidades no próximo ano, em decorrência da crise. “Em épocas de crise a sinistralidade aumenta, por estresse ou por fraude. Isso é o que preocupa”, disse.
Segundo Vergílio, a Susep está atenta às necessidades do mercado, adequando as regras às novas realidades. Em dezembro, por exemplo, o governo editou a Medida Provisória 449, que excluiu da legislação artigos restritivos às seguradoras, principalmente de crédito. “Passaram a ter demanda muito forte, em função da indústria naval, das grandes obras macroestruturantes do PAC, que ali trazia um passivo não-operacional que obrigava essas seguradoras a constituírem ou a aportarem capital adicional sem necessidade. Nós agimos no momento certo e, através de uma MP do governo federal, nós corrigimos essa situação”, explicou.

Fonte: DCI OnLine

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