Seguradoras inovam para atrair mais clientes
Coberturas para residência incluem guarda de animais domésticos e baby-sitter para crianças. O potencial para o crescimento do mercado de seguros residenciais no Brasil é enorme, visto que menos de 15% das casas no Brasil são seguradas. Na disputa para atrair o consumidor, as seguradoras estão inovando ao agregar serviços inusitados às coberturas básicas de incêndio, queda de raio e explosão. A AGF Seguros, do grupo Allianz, oferece serviços de guarda de animais domésticos e baby-sitter. “Se um cliente tem um problema de saúde e precisa ser internado às pressas, nós oferecemos berçário ou baby-sitter por cinco dias para seus filhos caso ele não tenha com quem deixá-los”, afirma o diretor de seguro residencial da AGF Seguros, Marcelo Goldman. Também oferecem serviço de guarda de animais domésticos as concorrentes Itaú e Bradesco Seguros.
Goldman, da AGF, conta que a seguradora oferece ainda serviços para minimizar os riscos de assalto e roubo como a indicação de profissionais para a manutenção da residência, tais como encanadores, eletricistas, carpinteiros e pintores. “Fazemos um cadastramento desses profissionais, garantindo a idoneidade deles e também damos a garantia de 90 dias da mão-de-obra”, diz.
Ainda dentro do segmento de serviços de conveniência, a Porto Seguro criou o “pet residência”, que dá direito a três consultas veterinárias, descontos em procedimentos laboratoriais, banho e tosa e diárias em hotéis para animais.
De olho na tendência do trabalho em casa, a seguradora Minas Brasil criou uma cobertura especial para atividades profissionais no seguro residencial. O objetivo é oferecer ao cliente um seguro para suas ferramentas de trabalho como computador, impressora e máquina fotográfica. De acordo com o gerente de produtos da Minas Brasil, Adelson Almeida Cunha, a cobertura de atividades profissionais vai de R$ 3 mil a R$ 20 mil.
O consultor da Planner Finanças Pessoais, Erasmo Vieira, alerta que, antes de adquirir um seguro residencial, o consumidor deve comparar preços e verificar se o corretor é cadastrado na Susep (Superintendência de Seguros Privados). “O seguro residencial é barato e oferece várias opções de cobertura. Muitas seguradoras oferecem serviços gratuitos na aquisição da apólice. Vale a pena pesquisar”, afirma.
A técnica de defesa do consumidor do Procon, Renata Reis, afirma que é comum o consumidor não concordar com a cobertura oferecida pela seguradora após o sinistro. “Por isso, é importante ter uma cópia do contrato em mãos antes de assinar o acordo, ler o documento na íntegra, anotar o que não entendeu e consultar um advogado. Um contrato de seguro residencial tem muitas cláusulas, é preciso ter tempo para ler com atenção”, afirma.
Outra dica é ter em mãos recibos que comprovem o valor dos objetos. “Muitas vezes o consumidor perde o direito à cobertura porque não conseguiu provar a posse de um eletrodoméstico”, afirma. Os valores da franquia (a participação do segurado nos prejuízos indenizáveis pelo contrato do seguro em caso de sinistro) também devem ser checados antes da seguradora ser acionada, pois muitas vezes o preço é superior ao do reparo.
O valor da indenização é outro tópico que merece atenção. Se o proprietário de uma casa no valor de R$ 100 mil fizer um seguro de R$ 50 mil e tiver perda total do imóvel, ele receberá no máximo R$ 50 mil. Nos casos de roubo, se o segurado tiver uma apólice no valor de R$ 100 mil, ele receberá apenas uma porcentagem deste valor, algo em torno de R$ 5 mil.
O consumidor também deve ficar atento aos objetos não cobertos nos seguros residenciais, como metais, pedras preciosas, dinheiro, cheques e outros papéis que podem ser convertidos em dinheiro. Proteger esses bens requer um seguro à parte.
Fonte: Gazeta Mercantil
